A onda feminista que tomou conta das ruas nos últimos anos teve uma resposta nas urnas e, consequentemente, na participação política e legislativa ao redor do mundo.
Segundo dados levantados pela União Interparlamentar e analisados pelo Instituto Pew Research, o número de mulheres congressistas subiu de 18% para 24% nos últimos 10 anos.
No entanto, esse número não representa nem metade da população feminina no planeta.
A América Central foi a região responsável por impulsionar esse crescimento. Entre o fim de 2008 e 2018 a representação feminina nos congressos dessa região subiu 13%, mais que o dobro da média global.
Em seguida, aparecem o Oriente Médio e o Norte da África com um aumento de 9%, além da Europa Ocidental que elegeu 8% mais mulheres do que em 2008.
Mesmo com o crescimento, o norte da África e o Oriente Médio ainda são as regiões com a menor presença feminina nos legislativos, com apenas 17% de mulheres congressistas.
Rumo à paridade
Apesar da melhora nos índices, nenhuma região conseguiu atingir a paridade nos cargos legislativos e somente três nações — Cuba, Ruanda e Bolívia — alcançaram ou superaram os níveis de representação feminina, espelhando sua população.
Ainda assim, ao levar em consideração apenas as Câmaras Altas do Congresso (o equivalente ao Senado no Brasil), Bolívia e Ruanda seriam reprovadas.
Arte R7
Os países nórdicos, geralmente tidos como referências de democracia e governança, possuem em média 43% de parlamentares. A Suécia se destaca com 47% das mulheres ocupando assentos legislativos.
Cotas para mulheres na política
Ruanda só conseguiu se tornar um dos povos mais igualitários na questão de gênero porque existe uma regra que determina que as mulheres ocupem ao menos 30% de todos os cargos com poder de decisão no país.
A lei foi criada após o genocídio que matou mais de 800 mil pessoas, em 1994.Outros países da América do Sul e da Europa possuem cotas para a representação feminina no poder legislativo, seja dentro do Congresso ou nos partidos políticos.
No Brasil, há a exigência de que os partidos apresentem pelo menos de 30% de candidatas nas eleições, mas não existe uma regra para a composição da Câmara ou do Senado. Na atual legislatura, as mulheres são apenas 15% do Congresso.
R7