O Brasil registrou um recorde de voos internacionais nos primeiros cinco meses de 2018: 59,1 mil decolagens (média de 397 por dia), segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). No mesmo período de 2017, por exemplo, a média foi de 339 decolagens/dia.
A alta em relação ao ano passado foi de 16,3%. Em 2016 e 2017, o número de voos para o exterior havia caído 4,5% e 6,1%, respectivamente.
O número de passageiros entre janeiro e maio também é o maior para o período desde o início da série histórica da Anac, em 2000. Foram transportados 9,76 milhões de pessoas em voos internacionais: alta de 14,1% na comparação com os cinco primeiros meses de 2017.
As 20 rotas mais movimentadas em 2018 transportaram 4,83 milhões de passageiros (49,5% do total). Apenas três delas tiveram queda do número de viajantes: São Paulo-Madri, São Paulo-Buenos Aires e São Paulo-Montevidéu.
Nos voos entre Brasil e Estados Unidos, o número de passageiros atingiu o maior patamar desde 2015: 2,1 milhões de pessoas — alta de 23% em relação ao mesmo período de 2017. Os dois países têm cerca de 30 rotas regulares, ligando as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Campinas, Belo Horizonte, Manaus, Belém, Fortaleza, Recife e Salvador aos EUA.
O segundo destino com maior número de passageiros foi a Argentina (1,9 milhão). Em seguida, aparecem Chile (819 mil), Portugal (752 mil), Panamá (449 mil) e Espanha (406 mil).
Os números de junho deverão ser divulgados no fim deste mês, de acordo com a Anac.
Os aviões que decolam para fora do Brasil saíram com uma média de 80,2% dos assentos ocupados nos primeiros cinco meses de 2018: queda de 1% em relação ao mesmo período do ano passado. Entretanto, o patamar é considerado bom para as companhias aéreas, já que no auge da crise ficou em torno de 76%.
Trata-se também do segundo melhor índice aproveitamento das aeronaves (oferta x passageiros transportados) em 18 anos — desde quando começou a série histórica da Anac. Os voos para a França, por exemplo, têm decolado com 90,7% dos assentos ocupados, em média. Para a Alemanha, 87,3%; e Portugal, 86,4%
Em 2011, foram vendidos 140 mil passagens para os Estados Unidos, com preço médio de US$ 1.165,87. Cinco anos depois, esse número havia subido para 353 mil e o valor médio era de US$ 673,18: redução de 42,2%. A Anac, porém, não tem dados referentes a 2017 e 2018.
Apesar disso, uma rápida consulta no site de comparativo de preços Kayak, nesta semana, mostrava preços entre R$ 2.591 e R$ 3.576 (US$ 673 a US$ 929) para voos entre São Paulo e Miami, Nova York ou Orlando, entre setembro e outubro.
Já para a Argentina, a média de preço das passagens em 2011 era de US$ 378,33 e hoje é possível achar por US$ 237,66 (R$ 915, com taxas inclusas). A queda foi de 37,1%.
A Latam foi a empresa que mais transportou passageiros em voos internacionais entre janeiro e maio (22,98% do total) e acrescentou que “observa com atenção os efeitos da flutuação cambial no Brasil, mas ainda não é possível estimar o exato impacto da volatilidade da moeda na demanda de passageiros”.
O dólar terminou o primeiro semestre de 2018 com valorização de 17%. Até mesmo viagens para países da América do Sul acabam impactadas pela alta da moeda norte-americana por causa das passagens aéreas. Quando se fala em Estados Unidos, então, o custo da viagem ficou bem mais caro. O euro subiu 13,45% de 1º de janeiro a 30 de junho, encarecendo também viagens ao Velho Continente.
Geraldo Rocha, presidente da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens) observa que a alta do dólar é um fator que dificulta, mas que os viajantes estão adaptando o roteiro.
“[O cliente] não cancela. O que eles fazem é pegar um hotel mais barato, diminuir o tempo de estadia, gastar menos com compras. […] Os últimos anos foram muito difíceis. Hoje, muita gente está até adiando a troca do carro, por exemplo, para poder viajar”, diz.
Segundo a Latam, a “alta do petróleo tem provocado alterações nos valores das tarifas, uma vez que o combustível representa cerca de 40% dos custos da companhia e 60% dos seus custos totais são calculados em dólar”.
Diversas companhias brasileiras e estrangeiras têm criado novas conexões entre o Brasil e o exterior. Em 2017, a Latam criou 13 rotas. O processo de expansão da malha continuou neste ano com novos trechos: Brasília-Punta Cana, São Paulo-Roma, Salvador-Miami, São Paulo-Las Vegas e São Paulo-Boston.
A companhia ainda vai começar a voar para Lisboa, em setembro, e para Tel-Aviv (Israel), em dezembro. Uma nova rota para Munique (Alemanha) também será inaugurada em data ainda não definida.
A Azul abriu uma rota entre Campinas (SP) e Paris, por meio de uma parceria com a companhia francesa Aigle Azur. A Joon, subsidiária de baixo custo da Air France, iniciou em abril voos entre Fortaleza e Paris.
A Emirates — que opera com o maior avião do mundo na rota entre Dubai e São Paulo — começou neste mês um novo voo entre os Emirados Árabes e Santiago, com escala em São Paulo.
A Gol começou a operar neste ano voos diretos para Orlando e Miami a partir dos aeroportos de Brasília e Fortaleza.
R7