Você encosta no posto e enquanto abastece, o frentista solícito abre o capô para verificar os níveis dos líquidos. E pode eventualmente te chamar, apontando para o depósito, e sugerir completar o fluido do freio, dizendo: Olha ali, ele está um pouco abaixo do nível normal, não convém completá-lo?
Sabe qual deve ser sua resposta? Negativa, não completar.
Ora bolas, todos os níveis de líquidos devem ser completados quando estão abaixo do normal. Por que esta diferença no caso do fluido do freio?
Porque são duas as hipóteses de o nível estar baixo. A primeira é decorrente de um vazamento em algum ponto do circuito hidráulico, que deve ser reparado com urgência, pois corre-se o risco de o carro ficar completamente sem freio.
A segunda (e mais provável hipótese) é de o fluido ter abaixado no reservatório devido ao desgaste dos componentes do freio, pastilhas e lonas. O que é normal. E, neste caso, não se deve completar o fluido do freio, mas substituir estes componentes desgastados. Quando esses componentes se desgastam, é normal abaixar também o fluído do freio. E, no momento em que eles são substituídos, o fluído volta ao nível normal. Isto significa que, se o frentista completar o nível e depois os componentes do freio foram substituídos, haverá um excesso de fluido, o que pode comprometer o sistema hidráulico.
Outra observação importante em relação ao nível do reservatório de fluido do freio é ser transparente, ou seja, permitir que ele seja verificado sem abrir a tampa. Não é à toa: o fluido é higroscópico, ou seja, tem a tendência de absorver água ou umidade. O que acontece quando se abre o depósito: o fluido absorve a umidade do ar com o tempo vão se formando gotículas de água no fluido. Quando o freio é acionado e se eleva muito a temperatura do circuito hidráulico, estas gotículas fervem e geram bolhas que prejudicam o funcionamento do sistema.
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