A ansiedade é uma resposta natural e temporária do corpo, numa situação que causa muito estresse, mas, quando a sensação de ansiedade é muito intensa, surge sem motivo aparente e atrapalha as atividades diárias, ela deixa de ser considerada natural e passa a ser chamada de transtorno de ansiedade generalizada.
Uma pesquisa feita pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) nos meses de maio, junho e julho de 2020 revela que 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa na pandemia do novo coronavírus. Essa ansiedade causada pelo isolamento social, diante da pandemia da Covid-19, afeta diretamente nos impactos alimentares de algumas pessoas, aumentando assim o ganho de peso da população.
“A ansiedade muda nossa percepção de mundo. Quando se fala em relação a ansiedade x comida, costumo questionar ao paciente: – Qual sua relação com a comida? Você tem fome de quê afinal?”, relata a psicóloga Niliane Brito.
A ansiedade pode causar episódios de compulsão alimentar, que é uma forma não saudável de ter prazer e aliviar o sofrimento momentâneo. O indivíduo muitas vezes sem perceber acaba comendo grande quantidade de alimento, principalmente os produtos ricos em açúcares, gorduras e bebidas alcoólicas, na tentativa de melhorar o humor e acabar a ansiedade, além disso, a ansiedade pode engordar porque provoca alteração hormonal e diminui a motivação para se ter um estilo de vida saudável, todos esses fatores favorecem o ganho de peso.
“Sendo o alimento algo muito importante nas nossas vidas desde a amamentação, ele nos dá uma sensação de demanda de amor, amparo, conforto e cuidado, e em muitos casos a falta desse mesmo alimento gera o oposto: desamparo, abandono, carência”, afirma a psicóloga Niliane.
Muitas pessoas têm encontrado na comida uma válvula de escape para suas emoções e assim fugir das tensões, isso ocorre na sociedade durante anos e nessa pandemia percebemos um aumento maior dessa prática. Ter a comida como válvula de escape, pode dar prazer imediato, porém a longo prazo pode causar sérios danos à saúde.
Estudiosos acreditam que o primeiro passo para fugir desse ciclo de ansiedade, compulsão alimentar e ganho de peso, é buscar um equilíbrio entre a saúde do corpo e a saúde da mente.
Niliane Brito acredita que a terapia pode auxiliar no relacionamento do indivíduo com a comida e consequentemente com suas emoções e que abraçar essas emoções é de fundamental importância para a vida do indivíduo.
Sobre Niliane Brito:
Psicóloga, psicanalista e especialista em psicologia clínica, Niliane Brito atua há mais de seis anos na área clínica em tratamento de pacientes com conflitos nos relacionamentos, distúrbios alimentares, compulsão alimentar, ansiedade, depressão, tristeza profunda entre outros problemas de ordem psicológica.