Advertência: você é uma pessoa que gosta de porções generosíssima ou tem o paladar mais puxado para o infantil (arroz com feijão e carninha ou leite com achocolatado)? Então esta dica não é para você. Claro que pode ler, será um prazer contar com sua companhia até o fim do texto, mas este espaço de hoje é destinado a paladares um pouco mais aventureiros.
Shanti é uma palavra muito presente nos mantras indianos porque ela nos remete a tranquilidade, bem estar. Foi assim que me senti nas duas vezes que fui ao restaurante de comida oriental de mesmo nome no bairro do Rio Vermelho. Você sobe uma escadinha em um sobrado com cheirinho de incenso, é recebido com um gostoso chá mate com limão por um staff super simpático, eficiente e estiloso e pode tirar os sapatos para comer em mesinhas baixas. Um mimo nos dias de hoje.
É importante chegar cedo porque no Rio Vermelho sempre há problema de estacionamento e o local também enche rápido e tem fila de espera de uma galera bem interessante. A proposta é comer o que eles tiverem para servir. Tem a influência culinária oriental do dia que você encontra na página deles no face e você faz a opção por comida vegetariana ou com o acréscimo de proteína, geralmente frutos do mar, por mais sete reais.
Fui com uma amiga no dia da culinária árabe. Ela, assim como eu, ficou encantada e depois fui com um amigo no dia da culinária tailandesa e ele saiu decepcionado por três motivos. Primeiro porque, como bem pontuou, ele esperava ver mais influência tailandesa nos pratos (que tinham um quê bem indiano – falando nisso peça um lassi, bebida indiana com iogurte de-li-ci-o-sa) e eu concordo. Os outros dois motivos foram o preço, ele achou caro, já eu achei dentro do padrão para os tipos de ingredientes que a proposta do restaurante exige, e ele me disse que saiu de lá com fome.
Alguns dos complementos que chegam à mesa são pequenos e outros beeeem pequenininhos, mas entendo que esta estratégia faz parte do charme do local. Da primeira vez, por exemplo, eu comi um mini quibe que poderia ter comido outros cinco pedaços e por aí vai. Você sabe o que vem na sua bandeja porque está listado no menu do dia, mas as quantidades e a montagem do prato (assim como em qualquer restaurante) são ditadas pela cozinha e alguém com um apetite mais voraz, como meu amigo que, vale mencionar, já fez várias viagens ao oriente, pode achar que está gastando muito para receber pouco. Ele comparou a experiência com as que teve na Índia, Indonésia e China onde, segundo ele, as porções servidas eram mais generosas.
Eu comi tudo com muito prazer das duas vezes que fui ao local. A comida é bonita, colorida, condimentada e a apresentação dos pratos muito delicada. O local por enquanto só abre para almoço mas já tem previsão de servir chá e lanches à tarde. Quem curte comida oriental vai se deliciar, mas é importante levar em conta minhas advertências porque, definitivamente, não é um tipo de restaurante para qualquer tipo de paladar ou qualquer tamanho de fome.
PS: Duas horas e meia depois do delicioso almoço até eu também precisei fazer uma boquinha, mas atesto que, ainda assim, curti muito a experiência.
Fotos: Larissa Ramos