Evento faz parte da programação do FEMADUM e acontece na quarta-feira, 22 de janeiro
Nesta quarta-feira, 22 de janeiro, às 19h, o Olodum realiza a entrega do Troféus UJAMAA, honraria criada pelo Bloco em 1986 para premiar durante o FEMADUM personalidades negras, ou não, pela sua contribuição à defesa, preservação e promoção da cultura e das tradições afro brasileiras. “Esse prêmio representa o reconhecimento do Olodum às instituições e pessoas que se destacam na luta de combate ao racismo e todas as formas de discriminação, bem como, pela defesa dos direitos humanos e civis dos africanos e seus descendentes”, pontua Marcelo Gentil, vice-presidente da instituição. O termo Ujamaa é uma palavra da língua suahili, uma das muitas faladas na antiga Tanganica, hoje Tanzânia e deve ser entendido como grande família.
Especialmente em 2020, em função do tema do carnaval do Bloco Olodum “Mãe, mulher Maria – Uma história das mulheres”, as homenagens serão exclusivas para as mulheres. Serão 20 mulheres homenageadas e o evento, que tem direção de Lázaro Machado do Bando de Teatro Olodum, está sendo concebido e promete emocionar ao público presente.
Entre as homenageadas estão Sahle-Work Zewde (diplomata e presidenta da Etiópia), as cantoras Daniela Mercury e Tânia Santana, Vera Lacerda (Vera do Araketu), Hildete Lima (Dete do Ilê) – fundadora do Bloco Afro Ilê Aiyê – Valdineia Soriano (atriz premiada como Melhor Atriz pelo Festival de Brasília), Fernanda Moreira (jornalista criadora do projeto Ladrilha), a empresária paulista Rachel Maia, a médica Julieta Palmeira, a fotógrafa Magali Moraes e a produtora cultural Telma Chase. O troféu será entregue em parceria com a revista Raça Brasil.
O evento marca o início da edição 2020 do FEMADUM, Festival de Música e Artes Olodum, que tem como tema Návigum Izidis (o Navio de Ísis). Diferentes linguagens artísticas se encontram no festival que este ano começa com a entrega do Troféu UJAMAA e vai até dia 26 de janeiro. O evento, aberto ao público, acontece desde 1980 e divulga a diversidade da cultura afro baiana e brasileira e dá oportunidade a talentosos artistas populares que buscam na cultura afro a sua fonte de inspiração, possibilitando a compositores, músicos e ao público em geral um reencontro com fatos da história do Brasil e do mundo, por meio de composições populares. Quem for ao festival encontra expressões como música, literatura, artes plásticas e áudio visual, que encantam e emocionam o público.
TROFÉU UJAMAA – Trata-se de uma honraria criada para premiar, durante o FEMADUM, personalidades negras ou não, por destacada contribuição à defesa, preservação e promoção da cultura e das tradições afro brasileiras.
O Troféu Ujamaa é oferecido a personalidades que com a sua atuação, quer seja política, acadêmica, artístico-cultural, científica ou em qualquer outro campo da ação humana tem dado contribuição significativa para a luta anti-racista, para a defesa dos direitos humanos e civis, para a elevação da autoestima dos afro descendentes, bem como para a preservação, valorização e difusão da cultura afro brasileira. Pierre Verger foi uma das personalidades homenageadas com a honraria, em função da sua contribuição por meio das mais de 60 mil fotografias, textos, roteiros de documentários e livros sobre a religiosidade afro brasileira.
Mãe Stela de Oxossi, a Major Denise Santiago (criadora da Ronda Maria da Paz), Dadá (mulher de Corisco e do bando de Lampião), Harlem Désir (criador do SOS Racismo/França), Mestre Didi Alapini, o Mestre Neguinho do Samba (criador do ritmo do samba reggae), a ex-governadora do Rio, Benedita da Silva, o cacique Juvenal Payayá, o ativista negro Abdias do Nascimento e a Makota Valdina Pinto, além de mais de duas centenas de personalidades e instituições, foram algumas das personalidades reconhecidas e homenageadas pelo Olodum.
Homenageadas:
Sahle-Work Zewde – diplomata e presidenta da Etiópia
Daniela Mercury – artista premiada pelo Grammy Latino, Prêmio de Música Brasileira e Prêmio Multishow.
Rachel Maia – formada em ciências contábeis, possuindo especialização em Harvard. Atualmente, CEO da Lacoste.
Vera Lacerda (Vera do Araketu) – historiadora, mestra em filosofia, e idealizadora, fundadora e presidenta do Araketu
Hildete Lima (Dete do Ilê) – fundadora do Bloco Afro Ilê Aiyê, estilista e arte educadora
Fabya Reis – secretária da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Governo da Bahia
Julieta Palmeira – secretária da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo da Bahia
Thelma Chase – educadora e uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado em Recife. Atuou no projeto de revitalização do Centro Histórico de Salvador e, atualmente, ocupa a coordenação do projeto Pelourinho Cultural.
Valdineia Soriano – atriz, recentemente premiada como Melhor Atriz pelo Festival de Brasília
Tânia Santana – cantora de blocos afro e ex-cantora da Banda Olodum
Katia Melo – Pedagoga e ex-diretora do Bloco Afro Olodum
Iyalorixá Jaciara Ribeiro – liderança do terreiro Axé Abassá de Ogum e coordenadora da Organização Política Mulheres de Axé do Estado da Bahia
Patricia Valin – mestra em história social, doutora em história econômica, e autora do livro “Corporação dos enteados: tensão, contestação e negociação política na Conjuração Baiana de 1798”
Fernanda Moreira – jornalista especializada em jornalismo cultural, poetisa e criadora do projeto Ladrilha
Jaqueline Fernandes – jornalista, artista, ativista negra, produtora especializada em culturas afro-brasileiras e gestora cultural
Magali Moraes – bacharela em direito, fotógrafa, idealizadora do projeto “Cara Preta” e fundadora da empresa Magali Moraes Fotografia
Mara Felipe – jornalista, educadora e ex-coordenadora da Escola Olodum
Vanusa Santana – produtora da Banda e Bloco Afro Olodum
Silvelina Pacheco – integrante do setor de costura do Teatro Castro Alves e membro da equipe de figurinista do carnaval do Olodum
Monica Millet – pioneira feminina na arte dos atabaques e educadora de ritmos do candomblé para mulheres