O diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou nesta sexta-feira, 10, que a organização já começa a trabalhar junto com países que se preparam para deixar as medidas de quarentena. O diretor não mencionou nenhum protocolo específico, mas listou seis pilares que devem ser observados pelos líderes mundiais antes da iniciar a transição.
“Eu sei que alguns países já estão planejando uma transição para abandonar a quarentena. A OMS quer ver o fim das restrições tanto quanto qualquer um, mas, ao mesmo tempo, retirar as restrições muito rápido pode levar a um ressurgimento mortal (da pandemia). A saída pode ser tão perigosa quanto à entrada se não for gerenciada adequadamente”, disse Adhanom.
Seis critérios devem ser observados pelos países antes de tomar a decisão de encerrar a quarentena, segundo o diretor. É necessário ter a transmissão da doença sob controle no país; estar com os serviços de saúde em funcionamento e disponíveis; minimizar os riscos de surto em locais de internação; adoção massiva de medidas preventivas em locais de trabalho, escolas e outros locais essenciais; estar apto a administrar casos que venham a ser importados; e manter a comunidade completamente informada e engajada durante a transição.
“Eu não poderia ser mais enfático sobre isso”, afirmou Tedros antes de pontuar o último item. E completou: “Cada pessoa tem, individualmente, um papel importante durante essa pandemia.”
O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa, realizada por videoconferência, transmitida desde Genebra, na Suíça. Durante o discurso inicial dirigido aos jornalistas, o diretor também comentou sobre a criação de uma rede de distribuição de materiais médicos para os países mais necessitados, em esforço conjunto com o Programa Alimentar Mundial da ONU (WFO).
O sistema de distribuição vai ter bases em 7 países :Bélgica, China, Etiopia, Gana, Malásia, Panamá e Emirados Árabes Unidos. A estimativa do diretor é que a distribuição consiga suprir cerca de 30 % das necessidades mundiais durante a fase aguda da pandemia. Serão enviados materiais de proteção individuais para médicos, como luvas e máscaras, respiradores e oxigênio.
A WFP estima que o gasto será de aproximadamente US$ 2,8 bilhões para cobrir os custos operacionais do sistema. “O custo para adquirir os suprimentos será muito maior”, pontuou o diretor.