O mundo precisa de maior transparência nos preços de remédios e uma inspeção de certas abordagens para poder aumentar o acesso a remédios que salvam vidas, disseram nesta quinta-feira especialistas de saúde mundial.
Fabricantes de remédios estão sob crescentes críticas à medida que uma onda de novos tratamentos para condições sérias como câncer e hepatite C chegam ao mercado com preços muito altos, colocando-os fora do alcance de muitos pacientes de serviços nacionais de saúde.
“O problema se tornou global”, disse Suzanne Hill, chefe de remédios essenciais na Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Muitos destes (remédios) agora estão na lista modelo da OMS de remédios essenciais, mas seus altos preços estão limitando o acesso.”
Hill falava após um fórum em Amsterdã sobre preço justo, patrocinado pela agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) e o governo holandês.
O encontro, envolvendo governos, indústria e sociedade civil, foi convocado como primeiro passo para elaboração de planos concretos sobre preços de remédios.
A diretora-geral assistente da OMS, Marie-Paule Kieny, disse que há concordância de que a indústria precisa de retornos razoáveis em pesquisa e desenvolvimento, mas que governos devem desempenhar uma função mais forte na taxação de preços e direção da agenda de pesquisas de remédios.
Uma falta de transparência em custos de desenvolvimento de remédios, como os preços são estabelecidos e as quantias variadas cobradas pelos mesmos remédios em diferentes países são vistos como obstáculos para construção de um sistema mais justo.
“Maior transparência é absolutamente vital para nos dar evidências para ação futura”, disse Kieny a repórteres.
Em uma tentativa de aplacar contribuintes, pacientes e políticos no importante mercado norte-americano, muitas companhias – mais recentemente a Sanofi – prometeram limitar aumentos de preços no país.
R7