Os ônibus que circulam nos bairros de Valéria e Águas Claras continuam sem parar nos finais de linha das duas localidades. A interrupção do serviço ocorreu após protestos realizados em ambos locais, por conta da morte de moradores. Segundo informações do diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, Daniel Mota, a categoria ainda aguarda a liberação do Comitê Integrado de Defesa do Transporte Rodoviário, grupo composto por representantes do sindicato, da Secretaria de Segurança Pública, da Semob, de empresas de ônibus, Ministério Público da Bahia (MP-BA), e outros órgãos. Enquanto isso, os coletivos vão até a altura do Derba, em Valéria; e do antigo final de linha, em Águas Claras, cerca de 2,5 quilômetros do local onde um ônibus foi incendiado. “Estamos aguardando, a gente já fez a solicitação. A polícia deve estar fazendo seu trabalho investigativo, mas por enquanto preferimos nos manter distantes do sinistro”, explica Mota. O primeiro protesto ocorreu em Águas Claras, por conta da morte da dona de casa Vânia de Oliveira Souza, 41 anos, que foi baleada durante uma briga entre facções no último sábado (22). Já os protestos em Valéria foram realizados por conta da morte do ajudante de pedreiro Adilton Souza de Santana, 28 anos, morto durante uma operação policial. Segundo moradores, ele saía da igreja, por volta das 16h30, quando foi abordado pela polícia. “A gente estava finalizando o culto, quando Adilton pediu pra ir embora, ele encontrou a polícia, que já foi atirando nele. Ele tentou reagir dizendo que não era envolvido, mas não deu”, relatou. Segundo a família, o ajudante de pedreiro foi morto na frente da mulher e da filha de um ano. “Trocaram a bíblia por uma arma nas mãos dele”, disse uma das irmãs de Adilton. Já a PM, informou que Adilton estava com um grupo na localidade de Rio Verde, que recebeu a tiros uma equipe da 31ª Companhia Independente de Polícia Militar. “Houve troca de tiros e o grupo criminosos conseguiu fugir e um dos integrantes, Adilton Souza de Santana, 28 anos, foi atingido e socorrido pela PM para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiu. Com ele foi apreendido um revólver calibre 38. A ocorrência foi registrada na Corregedoria”, diz a corporação, em nota.