Os ônibus do transporte público de Salvador e os trens do subúrbio da capital não circulam na manhã desta sexta-feira (14), dia em que sindicatos organizam paralisações e protestos contra a reforma da Previdência.
O metrô funciona normalmente desde as 5h, conforme informações da CCR, empresa que opera o transporte. O movimento é tranquilo em terminais como o do Acesso Norte, por exemplo.
Equipes de segurança do metrô fazem rondas nos terminais, com o intuito, segundo a CCR, de manter o funcionamento do transporte e a segurança dos passageiros, sem interrupções.
Ônibus e micro-ônibus do transporte complementar também circulam em diversos pontos da cidade. A Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) informou que montou um “plano de ação” para suprir a demanda de transporte da população diante da falta dos coletivos tradicionais.
Conforme o órgão, 300 micro-ônibus do Sistema de Transporte Especial Complementar (STEC) foram autorizados a operar em roteiros nos grandes corredores da cidade, como Avenida Silveira Martins, Castelo Branco, Cajazeiras, Boca da Mata, Suburbana, Orla e Centro, tendo como principais destinos as regiões da Lapa, Ribeira, Iguatemi, Pituba e Itaigara.
Ainda para tentar minorar os efeitos da paralisação, a Semob informou que autorizou a circulação de, pelo menos, 800 veículos do Transporte Escolar e do Transporte Turístico, que estão aptos a atender aos passageiros na cidade, em caráter especial, com valor da tarifa vigente.
A Semob disse, também, que a paralisação dos rodoviários representa descumprimento de obrigação essencial dos contratos de concessão, estando as concessionárias sujeitas à multa no valor total de R$ 1.120.000 por cada dia paralisado, dividido entre as três empresas que operam o sistema municipal de transporte.
Cristiane Teixeira usou o metrô para ir de Pernambués até a região do Acesso Norte, de onde vai seguir para o trabalho de carro, com o patrão — Foto: Phael Fernandes/ G1
Em alguns locais, os terminais estão vazios. Mas em outros, como o subúrbio da capital, há muitas pessoas à espera de algum meio de transporte.
“Eu só vou conseguir trabalhar por conta do metrô. Tinha só uma van. A cidade vazia de transporte. Eu só vou consegui ir pro trabalho por conta do metro. Do meu trabalho é muito longe. Seria impossível ir trabalhar”, afirmou Tereza Alves, que estava na região do Acesso Norte.
Outra passageira que recorreu ao metrô foi a doméstica Cristiane Teixeira. Sem ônibus, ela, que mora em Pernambués, seguiu de metrô até a Estação Acesso Norte e pegou uma carona do patrão para chegar no trabalho, no Cabula.
“Eu tô aqui esperando meu patrão. Eu só cheguei aqui por conta do metrô. Soltei no Acesso Norte e subi. Não tenho ônibus. Para gente que depende de ônibus é muito complicado. Meu patrão ficou de me pegar aqui. Tô esperando ele. A salvação foi o metrô”, disse Cristiane Teixeira.
Os mototáxis também são uma alternativa para quem busca um meio de transporte em Salvador neste dia de paralisações. O mototaxista Leandro Santos disse que começou a trabalhar mais cedo, porque achou que a demanda ia ser maior, mas o movimento está fraco.
“Começamos a trabalhar às 5h da manhã. Normalmente, nós saímos às 7h. Saímos mais cedo [hoje] por estar sem ônibus na cidade. Apesar disso, a cidade está parada. As pessoas não estão indo trabalhar. Está muito fraco”, disse.
Representantes do Sindicato dos Metroviários fazem um ato na entrada do Acesso Norte. Eles protestam contra a reforma da Previdência e também contra o funcionamento do metrô de Salvador nesta sexta, que foi viabilizado mediante liminar judicial.
G1