Modelo da Mercedes-Benz do Brasil tem tecnologia de carro de luxo
Ele enxerga as faixas pintadas no asfalto, sabe se os pneus estão calibrados ou não, mantém a velocidade, consegue passar diferentes informações, freia em caso de emergência e segura forte nas curvas a ponto de evitar o tombamento. Tem até teto solar! Poderíamos estar falando de um motorista bem treinado… ou, quem segue UOL Carros sabem bem, de sistemas de auxílio ao condutor que você já viu em modelos como Mercedes-Benz Classe E, Classe S, Audi A4, Chevrolet Cruze.
Mas o assunto aqui é um ônibus de viagem, desenvolvido no Brasil pela Mercedes-Benz.
Feito com a mesma tecnologia aplicada em seus carros mais caros (estes pensados na Alemanha), o chassis O 500 permite que frotistas combinem até sete diferentes pacotes tecnológicos que auxiliam o condutor nas mais complicadas situações, muitas delas comuns nas estradas de um país grande, diverso e com problemas de infraestrutura, como é o caso do Brasil.
Como um Classe S, o ônibus O 500 tem radar e sensores para ler faixas de rolamento (LDWS), obstáculos e enxergar até 32 veículos (caminhões, ônibus, carros e motos maiores) a uma distância de até 200 metros ; ele alerta o condutor se este estiver invadindo outra pista (comum em caso de distração ou mesmo sono, nas longas viagens) — o banco treme, luzes acendem no painel e uma sineta é soada; controles eletrônicos ajudam em frenagem automática de emergência (AEBS), em curvas mais difíceis (ESP e suspensão pneumática inteligente) e mesmo para redirecionar a ação sobre rodas e evitar um tombamento.
Mesmo o ato de descer e bater com um martelo nos pneus vira coisa do passado: o medidor instantâneo de pressão indica isso de forma prática, no painel multifuncional. Dá até para saber a temperatura dos compostos, o que ajuda até a evitar um pneu furado em local inóspito.
Tem empresa que premia os motoristas que mais poupam combustível, você sabia? Pois esse ônibus ajuda o condutor a manter essa média e a compará-la com um histórico seu ou de colegas de serviço.
Competição com avião
Por trás de tudo, a ideia de dar mais segurança a trabalhadores e passageiros de linhas de ônibus intermunicipais e estaduais e, no fim de tudo, aumentar a noção de conforto e credibilidade de todos. Nos últimos anos, com a queda no preço das passagens aéreas (e na qualidade desse serviço), garagens e fabricantes de ônibus perceberam que poderiam oferecer um serviço melhorado e conseguir novos clientes (ou pelo menos não perder os clientes atuais para o avião).
Isso, claro, somado ao avanço comum a todo setor automotivo, fará desse tipo de equipamento algo comum nos próximos anos.
Um dado interessante: este modelo antecipa o padrão de segurança que será obrigatório na Alemanha e em diversos países da Europa a partir de 2018.
Há um custo, claro: um ônibus completo (encarroçado desta forma, com todos os pacotes) e pronto para rodar, como o da reportagem, custa R$ 408 mil. Junto desta opção, há um total de sete produtos e 42 configurações, como explica o gerente de marketing da Mercedes, Edson Brandão.
uol