O delegado geral do Denarc (Departamento de Narcoticos), Ruy Ferraz Fontes, afirmou em coletiva realizada nesta segunda-feira (22) na sede do orgão que ao todo foram detidos 53 suspeitos na megaoperação realizada na Cracolândia no domingo (21). De acordo com Fontes, entre eles há membros da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital) que atuam na região, além de atacadistas da venda de crack e alguns pequenos traficantes. O delegado afirma que 80% dos líderes da facção criminosa na região foram presos, assim como todos os “atacadistas” da droga.
O Denarc divulgou nesta segunda-feira (22) o balanço final da megaoperação realizada na Cracolândia na manhã de domingo. Ao todo foram apreendidos 12,3 kg de crack, 6,5 kg de maconha, 675 g de cocaína, 6 g de haxixe, 18 g de ecstasy, 2 micropontos de LSD, 2 kg de lança-perfume e um total de R$ 49.600.
Segundo o delegado, entre os detidos que teriam relação com o PCC está “FB”, que atuaria como gerente comercial e financeiro da venda de crack, e Leo do Moinho: disciplina-chefe de todo a região central da cidade. De acordo com ele, a atuação do grupo na região ocorre há alguns anos.
— Foi depois de 2013 que o PCC assumiu a organização da Cracolândia, e isso é a diferença.
O delegado classificou como sucesso a operação.
— Não houve baixas nem entre policiais, nem entre dependentes ou traficantes de droga.
Segundo Fontes, também foi identificado um militar que desertou do Exército e fazia segurança da facção, trabalhando como atirador de elite. Anderson Alves foi registrado pela Polícia Civil, mas não foi preso na operação.
Foram utilizados quase 500 policiais na operação no local, situado no bairro da Luz, região central de São Paulo. A ação foi apontada pelo prefeito João Doria como primeiro ato de instalação do programa Redenção, que substitui o De Braços Abertos, criado pela gestão Fernando Haddad em 2013, baseado numa política de redução de danos.
A operação policial de domingo foi criticada por comerciantes das proximidades do fluxo, como donos e funcionários de hoteis, que citam casos de truculência por parte dos agentes responsáveis pelas revistas dos imóveis próximos ao chamado fluxo, no quarteirão das alamedas Glete, Helvetia e Dino Bueno, no centro de São Paulo.
O delegado do Denarc disse que não houve reclamação de violência de policiais civis e que o vigor na ação foi necessário para a segurança dos policiais e dos usuários por causa dos atiradores nas janelas dos hotéis.
Atendimento
Nesta segunda, assistentes de saúde trabalharam na região da Cracolândia em uma ação para convencer usuários a se internarem, como afirmou o secretário estadual de saúde, David Uip.
— Estão indo em busca de convencimento para que eles venham ao atendimento no Cratod e na Helvétia. Essa é uma palavra importante: convencimento. Ninguém vai fazer algo truculento ou brusco.
R7