O ministro da justiça, Torquato Jardim, avaliou hoje (5) que a operação integrada de segurança em comunidades do Rio de Janeiro “acaba com o mito do crime organizado poderoso”. O ministro concedeu uma entrevista coletiva à imprensa ao lado do chefe de Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, e do secretário estadual de Segurança Pública, Roberto Sá.
“Ele não é nem organizado nem poderoso. Ele não resiste à ação legal, obediente à lei, inerente ao Estado democrático de direito, quando se unem os esforços de todos os entes nacionais e federais da União e dos estados. Tanto é que a resistência é mínima”, disse o ministro.
Torquato Jardim reforçou que os resultados da operação são maiores do que números de prisões e apreensões e disse que “governo unido pode, faz e acontece”. A operação, que recebeu o nome de Onerat, cumpriu 15 mandados de prisão, sendo nove de criminosos que já estavam presos. Mais três pessoas foram presas em flagrante e foram apreendidas três pistolas, duas granadas, quatro radiotransmissores, 16 carros e uma motocicleta. Duas pessoas morreram em confronto com a polícia, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Sérgio Etchegoyen avaliou que o efeito surpresa foi um grande elemento da operação dessa madrugada e voltou a explicar que o objetivo da ação não é ocupar as favelas com militares das Forças Armadas.
“O que buscamos são soluções perenes, duradoras. Elas não virão de asfixiar a comunidade com presença permamente de tropas federais que, ao saírem, permanecem as condições para que o crime continue com liberdade de trabalhar”, afirmou.
O secretário estadual de segurança pública, Roberto Sá, disse que a operação continua ao longo do dia e será objeto de uma avaliação das forças envolvidas para detectar estratégias que podem ser melhoradas.
“Mesmo que termine com esse saldo, temos resultados e aprendizados que pra nós já são emblemáticos e significativos. Mas ela não acabou e ainda há desdobramentos no terreno”, disse Sá.
O secretário explicou que o Complexo do Lins, na zona norte da capital fluminense, foi escolhido para a operação de hoje por já ter uma investigação avançada da Polícia Civil, o que permitiu contar com mandados de prisão já emitidos. O secretário destacou ainda que episódios recentes de ataques a policiais no complexo foram levados em conta.
“Procure saber o que vai ser interpretado por alguma força policial que tiver uma viatura incendiada em qualquer lugar do mundo, que tiver uma base atacada por tiros de fuzil”, disse Sá, que chamou as agressões de ataques à democracia.
Além do Lins, também recebem operações os complexos do Chapadão e Pedreira e as favelas da Covanca e do Morro São João, nas zonas norte e oeste.