A operação integrada das forças de segurança estaduais e federais no Morro dos Macacos, na zona norte do Rio, prendeu 12 pessoas e apreendeu “farta” quantidade de drogas, divulgaram hoje (6) órgãos envolvidos na ação. Dois adolescentes apreendidos estão entre os detidos, um deles em flagrante.
Há indícios de que seis presos hoje tenham participado da invasão à Rocinha, há cerca de três semanas, quando criminosos de grupos rivais trocaram tiros na comunidade. Após deixar a Rocinha, os criminosos ainda teriam atacado o Morro de São Carlos, e, novamente frustrados, voltaram para o Morro dos Macacos.
Policiais militares entraram na comunidade da zona norte no início da manhã de hoje e, segundo o delegado Marcus Vinícius Braga, da 21ª DP, foram registrados apenas dois disparos não identificados. A operação continua com o objetivo de cumprir 31 mandados de prisão. Segundo o subsecretário de Comando e Controle, Rodrigo Alves, os policiais e militares continuarão no local enquanto avaliarem que seja possível efetivar as prisões.
Fuzileiros navais fazem o cerco na parte alta da favela, e militares da força aérea e do Exército vigiam a parte baixa, em ruas de Vila Isabel.
Nenhuma arma foi apreendida até às 11h da manhã de hoje. Segundo o delegado, ao se depararem com a operação, criminosos buscam esconder estes artefatos em locais de difícil acesso, preservando seu poderio bélico.
A ação é fruto de três meses de investigação, que contou com a ajuda de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da favela. Segundo o comandante da UPP, o capitão Rafael Bandeira, os policiais se posicionaram em locais estratégicos e fizeram vídeos que permitissem identificar os criminosos armados na favela.
“Foi um trabalho de vigilância e monitoramento que visou preservar a vida humana e os direitos individuais. Acompanhamos a movimentação desses criminosos e levamos o material conseguido à delegacia”.
Rocinha
O delegado da Polícia Civil explicou que a operação no Morro dos Macacos também tem importância para a segurança na favela da Rocinha. Segundo ele, caso haja uma nova tentativa de invasão de criminosos à comunidade da zona sul, os invasores provavelmente contariam com a ajuda de traficantes do Morro dos Macacos.
A Rocinha voltou a registrar confrontos na madrugada de hoje, e uma adolescente foi baleada dentro de casa nesta sexta-feira. Segundo o subsecretário Rodrigo Alves, as forças armadas voltarão a patrulhar o entorno da comunidade se for necessário, mas isso não impediria a ocorrência de confrontos.
“A Rocinha se encontra em uma situação estabilizada. Embora haja confronto, ele é decorrente do patrulhamento exercido pelas polícias. Ainda que nós tenhamos qualquer cerco das forças armadas, esse tipo de confronto permanecerá. A chamada das forças armadas para a Rocinha não mudaria esse conceito de possíveis confrontos com a polícia”, disse o subsecretário.
Segundo o chefe do Estado-Maior Conjunto das Operações em Apoio ao Plano Nacional de Segurança no Rio de Janeiro, almirante Roberto Rossatto, as forças armadas estão disponíveis para os chamados da Secretaria Estadual de Segurança Pública.
“É importante destacar que as forças armadas estão em constante estado de prontidão. Podemos atuar a qualquer momento e pelo tempo que for necessário”.
Agência Brasil