Um trabalhador morreu ao ser esmagado por uma empilhadeira, por volta das 23h30 da quarta-feira (6). O caso aconteceu dentro da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), que fica no Porto de Salvador, e o serviço foi suspenso nesta quinta-feira (7), para investigação policial.
A vítima, que era terceirizada, foi identificada como Florisvaldo Ramos dos Santos. Ele era natural da cidade de Amélia Rodrigues, a cerca de 100 km de Salvador. A idade dele ainda não foi divulgada, mas outros trabalhadores informaram que ele trabalhava no local há mais de 30 anos, como operador de catraca.
Testemunhas relataram que Florisvaldo trabalhava, quando foi atingido pela empilhadeira. Outro trabalhador, que presenciou a situação, contou que ele foi atropelado pelo equipamento.
“Eu só sei dizer que foi um atropelo de empilhadeira, como qualquer atropelo de pedestre. A empilhadeira pegou ele, é um equipamento muito grande e pesado, não tinha condições do operador ver ele. Eu estava dentro de um caminhão, vi o tumulto e quando cheguei perto, já tinha acontecido. Ninguém fez nada depois desse horário e continua suspenso. Ninguém sabe a hora que volta a trabalhar”, detalhou o homem, identificado apenas como Antônio.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que foi acionada para investigar a morte do funcionário e que, as informações iniciais apontam que se trata de um acidente de trabalho. A guia de perícia já foi expedida e as apurações serão feitas pela 3ª Delegacia do Bonfim.
A assessoria de comunicação da Codeba foi procurada, mas ainda não deu retorno sobre as informações.
Colegas lamentam
Um colega de trabalho e amigo de Florisvaldo há mais de 30 anos, avaliou a situação. Apesar de não ter estado no mesmo plantão que o operário, ele falou sobre as condições em que o acidente pode ter acontecido.
“Nós convivemos juntos. Nós convivemos a maior parte do tempo juntos, do que com nossa família. Eu trabalho com ele há mais de 30 anos. Fica difícil até de assimilar o que aconteceu. Toda a segurança é mantida na área de trabalho aqui. É sinalizado o armazém, é sinalizado a saída e a entrada, porque o navio fica próximo. O armazém está aqui, o navio está logo ali. Então a sinalização é mantida e as pessoas não devem circular na área de transporte”, disse Wellington Coelho, que opera empilhadeiras.
Habilitado na condução do mesmo tipo de equipamento que atingiu a vítima, Wellington diz que a empilhadeira dificulta a visão do funcionário que a manobra.
“Não tem como ver. É difícil visualizar, porque o fundo da empilhadeira é alto, e a gente tem que estar olhando o portão com a empilhadeira, para não arrancar também. Quando se sai, já se sai direto para o navio. O colega não deve ter enxergado ele [Florisvaldo] e aconteceu esse acidente aí”, ponderou Wellington.
Wellington lamentou a perda do amigo, a quem definiu como experiente. Ele também contou que Florisvaldo era casado e deixa a esposa.
“Ele era uma pessoa experiente, cauteloso demais também. Eu não sei nem explicar a situação, porque é muito complicado. Eu estou chegando [para trabalhar] e receber uma notícia dessas é… ele era realmente da família. Ele era do Órgão Gestor de Mão de Obra. Ele era associado do sindicato, mas ele era cedido no Órgão Gestor de Mão de Obra, para fazer o serviço aí”.
“É triste demais. Eu não tenho nem palavras para dizer o meu sentimento. Nem o meu e nem o dos outros companheiros também que trabalhavam juntos. Principalmente do que estava com ele, trabalhando junto. Porque quando a gente perde um companheiro, em um acidente de trabalho, é como se você perdesse uma parte de você mesmo. É lamentável, porque é mais um que a gente está perdendo”.
G1