Festa exige cuidados com pés, tornozelos e quadris
Sete dias de festa, percursos de até oito quilômetros e mais de oito horas por dia em pé. O Carnaval é uma maratona que exige uma série de cuidados com o corpo. Além da atenção com a alimentação, exposição ao sol e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, o folião tem que ficar atento aos músculos, ossos e articulações.
“As lesões traumáticas, inclusive na cabeça e na face, são o quarto problema de saúde que mais ocorre durante a festa, muitas vezes decorrentes de brigas e quedas. Em relação às lesões ortopédicas, é importante estar atento ao tipo de calçado escolhido. O ideal é o uso do tênis que, além das entorses, protege contra lesões nas unhas e fraturas de falange”, destacou o ortopedista do Hospital Cárdio Pulmonar, Luiz Marcelo Leite.
Para as mulheres que não abrem mão do salto, o ortopedista recomenda a escolha dos mais estáveis, como os do tipo “Anabela” e com até três centímetros de altura. “O salto alto e as plataformas podem até ficar bonitos, mas
são os grande causadores de entorses e traumas”, explicou Luiz Marcelo. As sandálias de dedo e rasteirinhas também não são recomendadas pela falta de amortecimento e maior exposição dos dedos e unhas a traumas e cortes.
Articulações
Para encarar bem as horas de dança e caminhadas, o médico recomenda um alongamento prévio. “Durante a festa deve-se alongar as articulações que são sobrecarregadas, como quadril, joelho e tornozelos”, pontuou.
Antes de dormir, o folião pode ter alguns cuidados para ajudar o corpo a suportar a jornada do dia seguinte. “Ao chegar em casa, um banho quente ajuda a relaxar a musculatura. Se hover alguma articulação dolorida, é indicado o uso bolsa de gelo no local, o que diminui a chance de edema e dor após grandes esforços”, recomenda o ortopedista. Luiz Marcelo pede atenção, contudo, para os riscos da automedicação com relaxantes musculares e analgésicos. “O uso associado de medicamentos e bebidas alcoólicas pode causar sonolência, gastrites e até outras complicações”, afirmou.
“Em caso de traumas durante o percurso é importante avaliar o nível de consciência da vítima e buscar ajuda de um profissional de saúde. O ideal é procurar o auxílio para a remoção em caso de fraturas. Bombeiros e policiais militares estão capacitados para fazer esse transporte de forma correta, evitando o agravamento das lesões que devem ser avaliadas por um profissional de saúde”, explica.