Ao receber o diagnóstico de um câncer de mama, manter a capacidade reprodutiva é uma das preocupações de muitas mulheres que sonham em ter filhos. Alguns tratamentos para o câncer de mama podem comprometer a função hormonal e causar infertilidade temporária ou mesmo levar à falência ovariana, desencadeando infertilidade definitiva e, consequentemente, menopausa precoce. “Cada caso é um caso e nem sempre o tratamento oncológico vai afetar a fertilidade da mulher, muitos fatores, como o tipo de tumor, as drogas utilizadas no tratamento oncológico, a dosagem e a idade da mulher podem influenciar a capacidade reprodutiva, causando infertilidade temporária ou irreversível”, esclarece Joaquim Lopes, especialista em medicina reprodutiva e diretor do Cenafert – Centro de Medicina Reprodutiva.
“A nossa recomendação é que a mulher diagnosticada com câncer de mama converse com seu oncologista para avaliar se o congelamento de óvulos deve ser feito antes de iniciar o tratamento oncológico”, orienta o médico. “É preciso avaliar, de forma criteriosa, a possibilidade de realizar o congelamento de óvulos antes de iniciar um tratamento oncológico, especialmente no caso de mulheres que desejam ter filhos, para evitar que depois de superar a doença, elas ainda tenham que enfrentar uma infertilidade”, afirma Joaquim Lopes.
“O câncer de mama não é uma sentença de morte, depois do tratamento da doença, as mulheres querem retomar seus projetos de vida e, muitas vezes, isso inclui ter filhos. Manter a capacidade reprodutiva é um dos aspectos que devem ser levados em conta pelas pacientes que sonham em ter filhos”, pondera o médico. Segundo o especialista, a técnica de congelamento de óvulos é uma forma de assegurar o direito reprodutivo da mulher, que pode planejar sua maternidade depois de ter se submetido a um tratamento oncológico bem sucedido. “O momento certo da gravidez também deve ser discutido com o oncologista e com o especialista em reprodução humana”, acrescenta.
Em 2021, o Brasil deve registrar 66.280 casos novos de câncer de mama, de acordo com o INCA. Esse tipo de câncer é o mais frequente em mulheres em todo o mundo e também no Brasil, após o câncer de pele não melanoma. Com os avanços da medicina, o câncer de mama tem 90% de chance de cura, quando diagnosticado em estágio inicial, o que reforça a importância da prevenção através dos exames de rotina e dos hábitos de vida saudáveis.
Quando a mulher deve congelar óvulos?
Além da indicação para mulheres que vão iniciar algum tratamento oncológico e desejam ter filhos no futuro, as técnicas de preservação da fertilidade também são indicadas para mulheres que precisam adiar sua maternidade pelos mais diversos motivos pessoais ou profissionais. “Muitas vezes a mulher está investindo na sua carreira profissional, em busca de estabilidade financeira ou mesmo ainda não encontrou um parceiro ideal e, por isso, planeja a maternidade para um momento mais adequado”, explica a médica Valentina Cotrim, especialista em medicina reprodutiva do Cenafert.
“A principal recomendação, no entanto, é que os óvulos sejam congelados até os 35 anos de idade, uma vez que a partir dessa idade há um declínio da sua quantidade e qualidade”, esclarece a médica.
Uma das alternativas para manter a capacidade reprodutiva feminina é a criopreservação de óvulos através do método de vitrificação. A técnica permite o ultrarresfriamento dos óvulos em baixíssima temperatura (-196ºC) e de forma muito rápida, preservando a sua qualidade no ato do descongelamento ou desvitrificação para fertilização em seguida. Considerado um método mais avançado de criopreservação, a vitrificação proporciona taxas de gestação altas, uma vez que o procedimento conserva as características, a idade e a qualidade dos gametas femininos. Durante o processo de congelamento, os óvulos são desidratados e tratados com substâncias crioprotetoras antes de serem congelados.
Outra opção a ser considerada é o congelamento de embriões para futura implantação no útero, Nesse caso, é feito o procedimento de Fertilização in Vitro. Os óvulos coletados são fertilizados com o espermatozoide e os embriões obtidos são congelados para serem implantados no momento que a paciente decidir pela gravidez.
A indicação de cada técnica para preservação da fertilidade é individualizada e depende de vários aspectos, que devem ser alinhados adequadamente entre a paciente e o especialista em Reprodução Humana.
Sobre o Cenafert
Com sede no bairro de Ondina, em Salvador, o Cenafert – Centro de Medicina Reprodutiva, inaugurado há 19 anos, é uma clínica especializada em reprodução assistida e tem como missão garantir uma atenção integral e humanizada ao casal que sonha em ter um filho. Ao longo de sua atuação, a clínica já contabiliza mais de três mil bebês nascidos através das diversas técnicas de reprodução assistida. O laboratório de reprodução assistida do Cenafert oferece tecnologia de ponta para a realização dos procedimentos com eficácia e segurança. O casal infértil conta com o suporte de uma equipe médica multidisciplinar, experiente e qualificada, e com serviços que vão desde o atendimento de casos mais simples – solucionados com tratamento de menor complexidade – até aqueles que exigem o emprego de técnicas avançadas no campo da reprodução assistida.
A clínica, fundada e dirigida pelo ginecologista e especialista em Reprodução Humana, Joaquim Lopes, tem como sócias as médicas Gérsia Viana, Sofia Andrade e Valentina Cotrim (especialistas em medicina reprodutiva) e a embriologista Janaina Mendes Santos
Mais informações no site https://cenafert.com.br/