A campanha da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Salvador ganhou destaque ao expandir a oferta da vacina para 107 postos de saúde, refletindo o esforço em conter a propagação da doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. No entanto, durante esse processo, uma questão emerge: pacientes imunossuprimidos devem ou não receber a vacina?
A reumatologista do Instituto Bahiano de Imunoterapia (IBIS), Dra. Viviane Machicado, esclarece essa preocupação que paira sobre muitos, tendo em vista que a decisão de vacinar pacientes imunossuprimidos ainda é uma questão delicada. “Pacientes em tratamento com imunobiológicos e imunossuprimidos não devem receber a vacina da dengue. Isso porque, a vacina da dengue é feita a partir de vírus vivo atenuado – passam por um processo no qual sua virulência é reduzida a níveis considerados seguros para a aplicação clínica – que pode causar efeitos colaterais diversos nos pacientes imunossuprimidos”, explica.
Em alguns casos pode-se avaliar a suspensão temporária do tratamento e a administração segura da vacina, desde que o paciente esteja com a doença controlada ou inativada, em decisão compartilhada com o médico assistente. Diante dessa complexidade, é essencial que esses pacientes discutam suas preocupações com seus médicos. “Cada caso deve ser avaliado individualmente, considerando o estado de saúde do indivíduo, o risco de exposição ao vírus e os potenciais riscos da vacinação”, enfatiza Dra. Viviane.
Enquanto a cidade se empenha em proteger sua população contra a dengue, é imperativo que as informações que visam garantir a saúde e o bem-estar dos pacientes imunossuprimidos, sejam colocadas de forma clara, precisa e cuidadosa, assegurando a esse grupo a melhor assistência possível.
“Embora a campanha de vacinação seja uma medida essencial na luta contra a dengue, para os pacientes imunossuprimidos, a decisão de receber a vacina requer uma abordagem mais cautelosa e individualizada. Consultar um médico é fundamental para garantir a segurança e a eficácia da vacinação, permitindo que cada paciente tome uma decisão informada sobre sua saúde”, conclui Dra. Viviane.
Confira abaixo outros grupos que devem evitar vacinas de vírus vivo:
- Gestantes e nutrizes (amamentando);
- Pessoas com imunodeficiências primárias ou adquiridas, incluindo aqueles em uso de terapias imunossupressoras, como pacientes oncológicos, transplantados e com doenças inflamatórias imunomediadas (reumatológicas);
- Reação de hipersensibilidade a dose anterior.
Dra. Viviane Machicado é reumatologista na clínica IBIS – Salvador, pertencente ao Grupo CITA (Centros Integrados de Terapia Assistida), referência em tratamentos de doenças autoimunes no Brasil.