Pacientes com câncer na faixa etária de até 19 anos têm sobrevida estimada de 64%, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) e o Ministério da Saúde. O índice, divulgado nesta quinta-feira (24), foi calculado com base nas informações de incidência da doença e mortalidade. O estudo apontou ainda, segundo a Agência Brasil, que a sobrevida de pacientes infantojuvenis com câncer varia de acordo com a região. Os índices são mais elevados nas regiões Sul (75%) e Sudeste (70%) do que Centro-Oeste (65%), Nordeste (60%) e Norte (50%). “O nosso dado é bom, mas se considerarmos isso em relação aos países de alta renda ainda temos um caminho a seguir. Porque, hoje em dia, 80% das crianças acometidas por câncer em países de alta renda podem ser curadas”, afirmou a chefe do Serviço Oncologia Pediátrica do Inca, Sima Ferman, que estima que a sobrevida do paciente adulto com câncer no país está em torno de 60%. A médica avalia que o Brasil tem desafios a enfrentar para melhorar o índice de cura. “O primeiro é que a criança chegue ao centro de tratamento numa fase mais inicial da doença. Hoje em dia, recebemos crianças com a doença muito avançada. Para isso, é necessário que haja maior acesso aos serviços de atenção primária, que a rede funcione melhor”, disse Sima. “A maior parte dos serviços está nas regiões Sul e Sudeste e isso pode explicar essa diferença regional”. De acordo com o Inca, o câncer é a doença que mais mata crianças e adolescentes no Brasil e a segunda causa de óbito neste grupo etário, superada somente pelos acidentes e mortes violentas. Entre 2009 e 2013, o câncer foi a causa de cerca de 12% das mortes na faixa de 1 a 14 anos e 8% de 1 a 19 anos. Foram registradas 2.724 mortes por câncer infantojuvenil no Brasil em 2014, ano mais recente das informações compiladas pelo ministério. O Inca estima a ocorrência de 12,6 mil novos casos de câncer na faixa etária até 19 anos em 2017.
Bahia Notícias