Há 12 dias, no sábado (13), Renan Ribeiro Cardoso, aos 22 anos, foi a primeira pessoa a morrer aguardando um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade de São Paulo. Agora, o pai do jovem, também contaminado com coronavírus, é quem está internado e pode precisar uma vaga, segundo a família.
A dúvida existe porque inicialmente Valmírio Cardoso, de 49 anos, foi levado para o Hospital Tiradentes, na zona leste de São Paulo, na tarde da última terça-feira (23). Na unidade, fez exames de sangue, urina e tomografia, e a família recebeu informação de que ele precisaria de UTI. Mas ele foi transferido, e a atualização foi de que Valmirio não precisaria mais dos cuidados intensivos.
Segundo Paulo Henrique Marques Lobato, de 27 anos, sobrinho de Valmírio, como no Hospital Tiradentes não tinha leitos de UTI e a enfermaria também estava lotada, ele ficou cerca de 24 horas em uma cadeira, recebendo oxigênio, até que na tarde desta quarta-feira (24) foi transferido para o Hospital Geral de Guaianases.
Na unidade atual, a nova informação foi de que Valmírio não deve precisar ser levado para UTI, e que ele está bem, recebendo oxigênio e soro. A atualização do estado de saúde deve ser passada para a família na manhã desta quinta-feira (25).
Valmirio pode ter se contaminado ao tentar salvar a vida do filho. Conforme apuração da Record TV, na ocasião, ele desistiu de esperar por uma ambulância e levou Renan de carro até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de São Mateus II, na zona leste da capital. O resultado positivo do teste para covid-19 chegou na semana passada.
Renan era obeso e morreu 19 minutos antes de surgir uma vaga de cuidados intensivos em um hospital da zona sul. Foi isso que apontou o relatório médico obtido pelo R7. Mas ele ficou 46 horas aguardando pla vaga.
O jovem, filho único, morava com o pai e a mãe. Com Valmírio internado, a mulher que tem problemas de saúde está sozinha em casa.
“Estamos com bastante medo de perder o tio também, porque já perdemos o Renan. Moravam só os três, agora estão os dois, se morrer ele [Valdomirio], quem vai cuidar da tia? Ela é doentinha, tem diabetes e pressão alta. Por isso a gente está apavorado, com bastante medo e indignado em saber que o Governo tem condições mas não resolve nada”, diz Paulo Henrique.
R7