O pai do jovem de 16 anos responsável pelo ataque que deixou quatro pessoas mortas em Aracruz (ES) na última sexta-feira (25) afirmou que o filho relatou ter sido vítima de bullying há dois anos e que o atentado foi “totalmente de surpresa” . O tenente da Polícia Militar, que não teve a identidade revelada, conversou com o “Domingo Espetacular” e também disse estar sendo alvo de ameaças.
“É um sentimento totalmente de surpresa. Diante de uma atitude dessas, inesperada. Nós nunca nem imaginávamos algo assim. Ele [o meu filho] passou por um problema de bullying, realmente há um período de aproximadamente uns dois anos. Ele andou reclamando disso com a gente. E, a partir desse momento, houve sim uma transformação”, contou o pai do atirador.
Com um perfil nas redes sociais em que se apresenta também como psicanalista, o tenente tinha uma publicação exaltando a necessidade de ler e escolheu “Minha Luta”, de Adolf Hitler, para ilustrar a postagem. No entanto, o pai do jovem desconversou sobre o tema: “Estou recebendo uma série de ameaças, por parte de pessoas que eu não conheço, falando que eu sou nazista, que eu que ensinei meu filho a atirar, que eu forneci as armas para ele cometer esse tipo de atentado”.
Representante da família, a Priscila Benichio Barreiros não confirmou as ameaças, mas sugeriu que após o ataque, eles deixaram o município de Aracruz para garantir a segurança dos familiares. O jovem de 16 anos segue custodiado. “Eles tiveram que deixar a cidade no mesmo dia do fato. Tinha um clamor muito grande, palavras de ódio e não seria prudente eles ficarem na região. O casal está muito abalado, perplexo com toda essa situação. Eles, a todo o momento, se questionam onde erraram na criação do filho”, disse a advogada ao Uol.
Bahia Notícias