Devido à alta demanda, a Arvorar promove nova roda de conversa sobre os desafios atuais da adolescência no próximo dia 12
Mães, pais, professores e outros cuidadores querem saber: o que aflige o jovem de hoje e como lidar com isso? Devido à grande procura pelo primeiro evento e para contemplar o grande número de interessados, a Arvorar Desenvolvimento Humano marcou uma nova data para a roda de conversa “Adolescer em um mundo adolescente: a família diante de novos riscos e oportunidades”, no próximo dia 12/08 (segunda-feira).
O encontro é uma ação dentro do Programa *Arvorar Jovem*, desenvolvido pela Arvorar Desenvolvimento Humano, e acontece às 19h, no Colégio Integral, com entrada franca e aberta ao público externo. As inscrições podem ser feitas diretamente no Colégio Integral ou pelo telefone 71 2101-5000. O debate visa refletir sobre os desafios encarados durante a adolescência, fase naturalmente crítica da vida, no âmbito da sociedade atual, que também se encontra em um momento crítico.
“Nossa sociedade tem passado por transformações rápidas e profundas em todos os seus níveis, marcada por oscilações aparentemente caóticas, avanços e retrocessos, insegurança, extremismos, rompantes e busca de um sentido maior – da mesma forma que o adolescente”, aponta Feizi Milani, médico e terapeuta que é o palestrante a abrir a roda de conversa.
Dados
É nesse cenário que questões como _Cyberbullying_, automutilação, isolamento social e epidemias de ansiedade, depressão e dependência da tecnologia, somam-se a outras já conhecidas, como o abuso de álcool e drogas, comportamentos de risco e desinteresse pelos estudos. No mundo, o suicídio já é a segunda causa de morte entre adolescentes, segundo a Organização Mundial da Saúde.
No Brasil, segundo o Mapa da Violência, entre 2000 e 2015 eles aumentaram 65% dos 10 aos 14 anos e 45% dos 15 aos 19 anos. Outro estudo, lançado pela American Psychological Association no ano passado, a partir de pesquisa feita com mais de um milhão de jovens de 13 a 18 anos nos Estados Unidos, apresenta uma queda abrupta no índice de autoavaliação do bem-estar entre jovens a partir de 2012 e indica uma correlação entre o fato e a ascensão das redes sociais e dos smartphones. Para pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que cruzaram dados do SUS (Sistema Único de Saúde), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do Coeficiente Gini (que mede desigualdade), além da popularização da internet, as mudanças sociais no país e a falta de políticas públicas de combate ao suicídio estão também entre as principais razões para esse aumento.
O problema não é apenas dos jovens e falar sobre isso com eles, contextualizado ao mundo em que vivemos, é fundamental para seu bom desenvolvimento e a construção de relacionamentos saudáveis. “Devemos ter uma postura ativa diante dessas questões e aprofundar as reflexões de forma a transformar os riscos e desafios em oportunidades de crescimento tanto para os adolescentes como para a própria sociedade”, avalia Eduardo Santos, psicólogo e consultor em educação e desenvolvimento social, responsável pela Arvorar, que promove o evento.