Potências europeias acusaram o Irã, ontem (9), de “perseguir atividades inconsistentes com seus compromissos”, assumidos sob o acordo nuclear de 2015, e pediram uma reunião urgente entre as partes envolvidas no pacto para discutir o cumprimento das regras pelos iranianos.
Reino Unido, Alemanha, França, Rússia, China e Irã são as partes remanescentes no acordo, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPoA), na sigla em inglês) e que foi abandonado pelos Estados Unidos no ano passado.
“Essas questões de compliance devem ser lidadas no escopo do JCPoA, e uma comissão conjunta deve ser convocada urgentemente”, disseram os ministros das Relações Exteriores de Reino Unido, França e Alemanha, bem como a chanceler da União Europeia, em um comunicado.
As potências europeias ainda não acionaram um processo de resolução de disputas previsto no acordo, disseram diplomatas sob a condição de anonimato.
A comissão conjunta, presidida pela chanceler europeia Federica Mogherini, é formada pelas partes remanescentes no acordo e foi criada para monitorar a implementação e lidar com suspeitas de violações.
“O Irã declarou que quer permanecer no JCPoA. Deve agir de acordo para reverter essas atividades e retornar sem demora ao atendimento integral do JCPoA”, disseram os países europeus.
O acordo de 2015 abriu ao Irã acesso ao comércio mundial por meio da retirada da maioria das sanções econômicas contra o país, em troca de limitações a seu programa nuclear.
O futuro do pacto está em dúvida desde o ano passado, quando os EUA se retiraram e voltaram a impor sanções unilaterais. O Irã diz que quer continuar a se submeter ao acordo, mas que não pode fazê-lo indefinidamente se as sanções norte-americanas impedirem o país de receber os benefícios econômicos previstos.
Agência Brasil