Segundo a nutricionista Gabriela Cilla, de forma geral, dietas restritivas provocam uma diminuição energética, problema que é agravado no inverno em decorrência das baixas temperaturas.
“A temperatura humana gira em torno de 35ºC, 36ºC. Se no inverno temos temperaturas de 14ºC, 15ºC, o corpo tem que trabalhar muito para não fazer nosso corpo perder temperatura para o meio externo, isto é, passar frio”, explica. “Quando há um gasto mais elevado e uma ingestão abaixo do usual, com certeza haverá uma desordem nesse fator imunológico.”
Além disso, uma alimentação equilibrada é fundamental para manter o sistema imunológico funcionando adequadamente, de acordo com a nutricionista Thaís Cardeal. Para ela, nesse perído de pandemia mais do que nunca, é preciso ter uma alimentação saudável, com nutrientes, vitaminas e minerais.
Alguns grupos de alimentos, como carboidratos, são fontes elementares de energia para o organismo. Cortá-los por completo, portanto, como se faz na dieta cetogênica, por exemplo, pode ser prejudicial, de acordo com Gabriela.
A dieta detox também pode ser uma agressão ao organismo nesse período, segundo a especialista. A primeira fase da dieta, que dura de dois a três dias, consiste em uma alimentação exclusivamente líquida, com o consumo de cerca de mil calorias por dia.
De forma geral, dietas restritivas aumentam os índices de ansiedade e, em muitos casos, podem gerar compulsão alimentar – fatores que deixam as pessoas especialmente vulneráveis em tempos de pandemia, nos quais a ansiedade se faz naturalmente presente.
“A pessoa pensa ‘poxa, não consegui seguir uma dieta’. Aí ela larga mão e come tudo. Aí vem a questão do arrependimento. Aí ela pensa ‘não, agora eu vou seguir’. Aí ela inicia de novo um projeto de restrição, e isso gera frustração. Vira um círculo vicioso. Na pandemia, estamos mais sujeitos a isso porque passamos mais tempo em casa”, afirma Gabriela.
Segundo as especialistas, durante o período de compulsão, a pessoa também fica mais suscetível a comer alimentos pouco nutritivos, sobretudo aqueles com alto teor de açúcares, corantes e conservantes, o que também abala o sistema imunológico.
A orientação, portanto, inclusive para pessoas obesas, que estão no grupo de risco para covid-19, é que dietas restritivas sejam substituídas por uma reeducação alimentar, isto é, um plano que inclua todos os grupos de alimentos. “Na reeducação, não há restrições. O paciente pode comer de tudo, desde que moderadamente. Ele, então, consegue lidar com isso todos os dias e alcançar seus objetivos”, afirma Gabriela.
Thaís ressalta que tão importante quanto o que se come, é como se come. “As refeições devem ser feitas com atenção plena, isto é, sem distrações. Dessa forma, não comemos além do necessário.”
R7