Enquanto o futebol não tem data para retornar, os dirigentes dos clubes têm discutido possíveis alternativas para a crise e a solução mais palpável no cenário é o de acelerar mudanças que já estavam em discussão. Para especialistas ouvidos pela reportagem, a transformação em clube-empresa, investimento em ações de marketing e a possibilidade de renegociação de dívidas do Profut (Programa de Refinanciamento Fiscal do Futebol Brasileiro) são alguns alentos.
Para o advogado especializado em direito esportivo Vantuil Gonçalves Júnior, do escritório Trengrouse e Gonçalves, em termos jurídicos os clubes vão precisar tomar medidas radicais, até por estarem anteriormente com números muito ruins. Uma das possíveis opções é avaliar uma brecha até para se pedir recuperação judicial, já que alguns projetos ligados à vida financeira do clube ainda estão em andamento na Câmara, como é o caso do clube-empresa e da suspensão das parcelas do Profut.
“A pandemia acelerou o processo de modernização dos clubes. Será preciso pedir algum tipo de ajuda no Legislativo. A grande crise atual exige alguma medida drástica. Vejo até como uma possível oportunidade para que se consiga fazer um acordo da recuperação judicial com os credores”, explicou.
Um dos autores do estudo da Ernst & Young, Gustavo Hazan, considera que é o momento para os clubes brasileiros acelerarem mudanças. “A adoção do fair-play financeiro, da profissionalização e o projeto do clube-empresa podem ser impulsos importantes para dar mais segurança ao investimento eterno. Algo diferente precisará ser feito”, comentou.