O primeiro trimestre da pandemia de covid-19, declarada oficialmente em 11 de março, ocasionou uma perda média de 20,1% na renda dos brasileiros, baixando o valor de R$ 1.118 para R$ 893 mensais.
No cálculo, consideram-se mercados formal e informal e também a parcela de trabalhadores sem emprego.
No período, o coeficiente de Gini, usado para mensurar o nível de desigualdade social, aumentou 2,82%.
Os apontamentos constam da pesquisa Efeitos da Pandemia sobre o mercado de trabalho brasileiro, coordenada pelo economista Marcelo Neri, da FGV (Fundação Getulio Vargas).
Conforme demonstra o estudo, observa-se que tanto a queda média na renda como o índice Gini atingiram nível recorde quando analisadas variações da série histórica, iniciada em 2012.
Os pesquisadores atribuem a queda de mais de um quarto da renda à redução da jornada de trabalho, que foi de 14,34% na média nacional, e a outros fatores, como a própria diminuição na oferta de vagas.
A taxa de ocupação, isto é, a parcela da força de trabalho que possui um emprego, também caiu 9,9%.
O estudo afirma que a situação pesou mais entre indígenas, analfabetos e jovens de 20 a 24 anos.
De acordo com os pesquisadores, mulheres foram mais afetadas, com 20,54% de queda na renda, contra 19,56% dos homens.
R7