Começa às 23h deste sábado (25), no Sambódromo do Anhembi, a segunda noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do carnaval de São Paulo. A Mancha Verde, que no ano passado disputou o Grupo de Acesso, abre os desfiles. Em seguida, será a vez da Unidos do Peruche, uma das escolas de samba mais tradicionais da cidade, e da Império de Casa Verde, a campeão do carnaval de 2016. A quarta a entrar na avenida é a Dragões da Real, a mais nova entre as escolas que desfilam nesta etapa, seguida pela Vai-Vai, a maior campeã do carnaval paulistano. A Nenê de Vila Matilde, tradicional escola da zona leste, é a penúltima a desfilar, antes da Rosas de Ouro, sete vezes campeã.
Cerca de 45 mil pessoas são esperadas para assistir aos desfiles de hoje, de acordo com a São Paulo Turismo (Spturis). Para evitar tumultos nos acessos às arquibancadas e camarotes, haverá dez portões de entrada, cinco pela Marginal Tietê e cinco pela Avenida Olavo Fontoura. O evento envolve 4,7 mil profissionais de várias áreas. Somente na área de segurança, são 2 mil pessoas, entre bombeiros, policiais civis e militares, além de equipes da Guarda Civil Metropolitana e seguranças privados,
Mancha Verde
A Mancha Verde surgiu em 1996, ligada à torcida do time de futebol Palmeiras. Depois de quatro anos, estreou em 2000 como escola de samba. No carnaval de 2004, cantando A saga italiana em terra paulistana, subiu para o Grupo Especial.
Em 2010, a Mancha Verde teve como enredo Aos Mestres com Carinho! Mancha Verde “ensina” como criar identidade! Com esse desfile, conseguiu ficar em quarto lugar, à frente de escolas tradicionais.
Em 2011 e 2012, o resultado também foi a quarta posição, e em 2013 a escola ficou em 13º lugar, caindo para o Grupo de Acesso. Em 2014, foi vice-campeã e, com isso, retornou ao Grupo Especial em 2015, quando falou sobre os 100 anos da Sociedade Esportiva Palmeiras. O desfile, no entanto, não a manteve no Grupo Especial.
Visando dar a volta por cima em 2016, a Mancha fez uma nova leitura do seu enredo de 2005. A escola se sagrou campeã do Grupo de Acesso com um samba sobre o estado de Mato Grosso. Em 2017, a Mancha levará para a avenida o tema: Zé do Brasil, um nome & muitas histórias.
Unidos do Peruche
A Unidos do Peruche é uma das escolas de samba mais tradicionais de São Paulo. Desde o primeiro desfile em 1956, já passaram por ela grandes nomes do carnaval como Jamelão, Eliana de Lima e Bernadete como intérpretes femininas, além de Joãozinho Trinta e Laíla como carnavalescos. Toda a sua história é marcada pela inovação, transformando o carnaval de São Paulo.
De 1960 a 1963, sagrou-se vice-campeã. De 1965 a 1976, alcança o título de campeã do carnaval. Na busca pelo título, torna-se vice-campeã de 1968 a 1971, além dos anos de 1988 e 1989.
Em 1988, a Unidos do Peruche muda a história e o conceito do carnaval paulistano, com grandes carros alegóricos e fantasias. O puxador do samba foi Jamelão, o carnavalesco Joãozinho Trinta e a direção de harmonia feita por Laíla. O último grande título foi o vice-campeonato em 1990. Nos últimos anos, esteve no Grupo de Acesso, onde foi campeã em 2015, retornando para o Grupo Especial em 2016, onde ficou em 12º lugar.
Neste ano, a Unidos do Peruche vai homenagear Salvador, a capital baiana, com o enredo A Peruche no maior axe exalta Salvador, cidade da Bahia Caldeira o de Rac as, Cultura, Fe e Alegria. A escola entra na avenida com 2.800 integrantes, distribuídos em cinco carros alegóricos e 20 alas.
Império de Casa Verde
A campeã do carnaval de 2016 foi fundada em 1994 por dissidentes da Unidos do Peruche. Em 2003, a Império de Casa Verde surpreendeu com um enredo que fazia analogias entre a história de São Paulo e a Grécia Antiga, conseguindo um expressivo 3° lugar.
No carnaval de 2005, desfilou com um enredo que abordava o Brasil como uma espécie de terra abençoada, que levou a escola ao seu primeiro campeonato do grupo principal.
Em 2009, preparou um desfile sobre datas comemorativas, para falar, ao final, dos seus 15 anos de história. Marcada pelo grande tamanho de suas alegorias, a escola desfilou com o último carro alegórico que media 55 metros de comprimento, sendo o maior carro alegórico já visto no carnaval do país. A escola ficou em 5º lugar.
Em 2012, recebeu notas baixas em fantasias, que prejudicaram muito a situação da escola, e terminou em 11º lugar. O torcedor Tiago Faria invadiu a área da apuração e rasgou as notas que ainda faltavam ser lidas. Em 2013, a Império não recebeu auxílio financeiro da prefeitura.
No ano passado, a agremiação levou para a avenida o enredo O Império dos Mistérios, com alegorias luxuosas e fantasias muito coloridas. A escola apresentou um grande espetáculo no sambódromo e foi a grande campeã do carnaval paulistano.
Neste ano, o enredo será Paz. O Império da nova era. Em busca do bicampeonato, desfilam 3.200 componentes em 24 alas e cinco carros alegóricos.
Dragões da Real
A mais nova entre as escolas de samba do Grupo Especial surgiu em março de 2000, formada por associados do São Paulo Futebol Clube que já frequentavam algumas agremiações. Em 2012, a Dragões fez sua estreia no Grupo Especial conseguindo o 7º lugar, a posição mais alta que um estreante da elite obteve até hoje. Em 2013, chegou em 4º lugar com o enredo Dragão, guardião real, mostra seu poder e soberania na corte do Carnaval!. Em 2014, a Dragões ficou em 5º lugar, levando para a avenida o enredo Um museu de grandes novidades.
Em 2015, a Dragões ficou outra vez em 5º lugar com o enredo Acredite se puder. No ano passado, a escola desfilou com o enredo Surpresa! Adivinha o que eu trouxe pra você, terminando na 6ª posição.
Para este ano, o enredo Dragões da Real canta Asa Branca fala da cultura nordestina e homenageia a região por meio da música Asa Branca. A escola desfila com 2.800 componentes, em 21 alas e cinco carros alegóricos.
Vai-Vai
Escola de samba com maior número de títulos do carnaval paulistano, a Vai-Vai é oriunda de um time de futebol dos anos 20, que animava os campos e as festas do Bairro do Bixiga. Em 1972, o cordão Vai-Vai se transformou em escola de samba, introduzindo um novo estilo de bateria, com instrumentos leves como tamborim, pandeiro e cuíca, além do andamento e da batida de samba, que passou a ter mais balanço. O estandarte cedeu lugar à bandeira e então nasceram a comissão de frente, a ala das baianas e as alegorias de mão.
Desde que se transformou em escola, a Vai-Vai se tornou a maior campeã do carnaval paulistano, conquistando 14 títulos (1978, 1981, 1982, 1986, 1987, 1988, 1993, 1996, 1998, 1999, 2000, 2001, 2008 e 2011), o orgulho da agremiação, cuja história se confunde com o próprio carnaval paulistano.
Em busca do 16ª campeonato, a escola apresenta o enredo No Xirê do Anhembi, a Oxum mais bonita surgiu…Menininha, mãe da Bahia – Ialorixá do Brasil.
Nenê de Vila Matilde
A Escola de Samba Nenê de Vila Matilde foi fundada por um grupo de sambistas liderados por Alberto Alves da Silva, o Nenê, que faziam rodas de samba e tiririca no bairro da Vila Matilde, zona leste de São Paulo. A escola só passou a competir em 1953 e ganhou o primeiro título em 1956, quando trouxe para a avenida o primeiro samba-enredo da história do carnaval de São Paulo. Logo depois, veio o primeiro tricampeonato – em 1958, 1959 e 1960. Na década de 60, a Nenê foi a grande campeã (em 1960, 1963, 1965, 1968, 1969 e 1970, o segundo tricampeonato).
Em 1997, a escola fez o desfile que foi considerado um dos maiores enredos negros da história – Narciso Negro. Com uma escola luxuosa, a Nenê foi aclamada a campeã da noite. A escola garantiu o vice-campeonato em 1998, com um enredo sobre a Estação Primeira de Mangueira.
Em 2001, a Nenê conquistou um título que não tinha há 14 anos, mas que foi dividido com a Vai-Vai. Em 2010 e 2011, ficou no Grupo de Acesso. Em 2012, com um enredo emblemático sobre Xica da Silva, a escola retorna ao Grupo Especial.
Em 2016, a Nenê transformou a Passarela do Samba em um grande teatro, com o enredo Nenê apresenta seu musical: Rainha Raia nas asas do Carnaval!!!, trazendo os grandes musicais brasileiros e a diva Claudia Raia como principais homenageados. A escola ficou em 9º lugar.
Para este ano, o enredo é A Ópera de todos os povos…Terra de todas as gentes…Curitiba de todos os sonhos!. O desfile vai contar com 2.800 componentes, divididos em 28 alas e cinco carros.
Rosas de Ouro
A Sociedade Rosas de Ouro foi fundada em 1971 na Brasilândia por um grupo de quatro amigos. Seu nome foi inspirado em uma condecoração instituída pelo Papa Gregório II em 730, para homenagear virtuosas princesas católicas. A escola foi campeã do Grupo Especial sete vezes, sendo o último campeonato em 2010.
Em sua primeira aparição entre as grandes escolas de samba ficou com o vice-campeonato. Seus sambas, nos primeiros anos de existência, foram feitos pelo compositor Zeca da Casa Verde.
Em 1983, os componentes da “Roseira”, apelido carinhoso da escola, ganharam o campeonato com o enredo Nostalgia, que era uma volta à São Paulo do começo do século 20. No ano seguinte, foi bicampeã. Entre 1990 e 1992 consagrou-se tricampeã e ainda alcançou o lugar mais alto do carnaval nos anos de 1994 e 2010. Em 2016, ficou em 11° lugar com o enredo Arte à flor da pele. A minha história vai marcar você.
Neste ano, desfila com o enredo Convivium. Sente-se à mesa e saboreie, um passeio pelos grandes banquetes da história da humanidade, desde o Egito aos dias atuais. Para mostrar esses banquetes na avenida, 2.800 componentes serão divididos em 22 alas e cinco carros.