A importância das irmandades negras para a resistência e preservação da cultura afro-brasileira será tema da série “Patrimônio É…”, da Fundação Gregório de Mattos (FGM), que acontece às 15h30 desta terça-feira (7), na Igreja do Rosário dos Pretos, no Largo do Pelourinho. O encontro terá mediação da jornalista Val Benvindo e contará com a participação dos palestrantes Analia Santana, membro da Irmandade do Rosário dos Pretos do Pelourinho; Neci Santos Leite, conhecida como Mãe Nenel, ialorixá e membro da Confraria Negra Feminina mais antiga do mundo, a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte; e o padre Lázaro Muniz, pároco da igreja do Rosário dos Pretos. A entrada é gratuita e aberta ao público.
O gerente de Patrimônio Cultural da FGM, Vagner Rocha, destaca que as irmandades, especialmente as negras, para além da questão religiosa, desempenharam um papel fundamental no contexto opressor da escravidão ao estabelecer laços inter-étnicos, ao auxiliar na compra de cartas de alforrias e garantir sepultamento digno aos seus membros, dentre outras ações de apoio.
“Ao se constituírem como espaços de resistência e fé, ao longo dos séculos, as irmandades negras preservaram práticas e rituais essenciais para compreendermos as estratégias de sobrevivência dos africanos na diáspora. Nesse sentido, ao pensar no futuro das irmandades negras, é necessário conhecer o seu passado para seguir honrando o legado dos antepassados que, com muito suor e luta, ergueram um templo como a Igreja do Rosário dos Pretos, por exemplo”, afirma Rocha.
Ainda segundo o gestor, as irmandades negras são patrimônios de fé da Bahia. “A partir dessa perspectiva, o Patrimônio É… vai abordar seus contextos de criação, as transformações pelas quais passaram e os desafios para garantir a preservação e continuidade pelas próximas gerações”, conclui.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom PMS
Reportagem: Eduardo Santos/Secom PMS