O Ministério Público Federal da Bahia (MPF-BA) vai investigar a invasão na comunidade indígena Truká Tupã de Paulo Afonso, na região do Vale do São Francisco. A comunidade teria sido invadida e alvo de tiros e pedras lançadas nos telhados das casas. Segundo informações passadas pela cacique da comunidade Maria Erineide Rodrigues da Silva, os fatos ocorreram nos dias 26 e 27 de setembro. O MPF já pediu informações à Fundação Nacional do Índio (Funai) para que esclareça sobre a possibilidade de o incidente ter relação com algum conflito fundiário, e solicitou informações da Delegacia de Polícia Civil de Paulo Afonso para que informe as medidas tomadas pelo órgão, já que foi lavrado boletim de ocorrência no dia 28 de setembro naquela delegacia. Em junho de 2017, a Justiça Federal havia condenado a União e a Funai a iniciar e concluir a regularização fundiária da área ocupada pelos Truká Trupã de Paulo Afonso, em ação civil pública movida pelo MPF em 2013. Segundo o MPF, a etnia vive em peregrinação em busca de terras, devido a conflitos internos que forçaram sua dissidência. A etnia é originária de Cabrobó, em Pernambuco. Em 2003, formou-se efetivamente a aldeia Truká Tupã em Paulo Afonso que, devido ao alto índice de violência no bairro Tancredo Neves, migrou para o local denominado Alto do Aratikum, próximo ao Povoado Caiçara I, na mesma cidade. Desde 2008, vivem lá cerca de 30 famílias indígenas. Em 2015, José Balbino dos Santos ingressou com ação de reintegração de posse em face da comunidade, declarando-se possuidor e proprietário da Fazenda Araticum. Essa ação ainda não foi julgada; entretanto, a Funai alega que o ingresso dos indígenas na terra ocorreu mediante expressa autorização de Santos, sem ação violenta ou clandestina e que por isso eles mantém a posse da área desde 2008.
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