Somente 29 dos 43 vereadores de Salvador conseguiram o feito de emplacarem a reeleição dos seus mandatos. O processo de recondução de um político para o cargo é uma prova de fogo que passa por articulações com bases e, principalmente, a tentativa de ampliação de votos e garantir uma eleição tranquila. Segundo dados comparativos dos pleitos de 2012 e 2016 feitos pelo Bocão News com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dão conta que dos 29 reeleitos, 19 conseguiram ampliar, mesmo que timidamente, seus sufrágios e 10 edis tiveram queda das suas bases.
O presidente da Câmara, Paulo Câmara (PSDB), sentado no cargo máximo do legislativo soteropolitano, foi o edil que melhor conseguiu ampliar os seus votos: mais 9.699 eleitores. O tucano, com 18.432, conseguiu afastar um fantasma que assombrava a cadeira da presidência desde 2008, quando o então presidente vereador Valdenor Cardoso não conseguiu se reeleger. Quatro anos mais tarde, Pedro Godinho, também na chefia dos trabalhos, não emplacou um novo mandato e no pleito deste ano bateu na trave mais uma vez.
Questionado em que ele atribui esse crescimento, o tucano destacou ao trabalho desempenhado por ele a frente do Legislativo e a melhor inserção nos bairros através das ações da prefeitura.
“Fizemos uma gestão transparente na Casa e a excelente gestão de ACM Neto foi um dos fortes aliados para esse crescimento”.
Outro ponto destacado por Câmara foi o voto de opinião. Para o político, aproximadamente cinco mil sufrágios do total que ele conseguiu arrebanhar vem deste seguimento. “Eu cresci muito no voto de opinião que é aquele que observa bem o candidato e refletiu muito. Consegui apresentar bem as propostas”.
Indagado se a sua exposição no horário eleitoral foi determinante para essa ampliação de votos e, principalmente, do voto de opinião, o terceiro na linha sucessória do Executivo local negou. “Horário eleitoral? Não. O povo está atento aos homens públicos. Você se posiciona melhor na última semana que é quando tem a definição. Mais do que a exposição no rádio e na televisão é o trabalho que conquista”, analisou.
O segundo em crescimento no ranking analisado pelos dados do TSE foi Tiago Correia (PSDB), colega de partido de Câmara. O tucano, ex-PTN, conseguiu juntar a sua votação 6.550 votos.
Se de um lado há Paulo Câmara, na outra ponta está o ex-vice-prefeito de Salvador e vereador reeleito Edvaldo Brito (PSD). O pessedista viu cair 5.370 votos de 2012 para cá. Até a publicação da matéria a reportagem tentou contato com o vereador mas não obteve êxito.
Depois de Brito, quem viu a sua votação cair foi Carlos Muniz (PTN). O político foi o mais votado no pleito de 2012 com 16.959 votos e agora obteve 13.129: uma diferença negativa de 3.830 sufrágios.
LÍDERES – O líder do prefeito ACM Neto (DEM), vereador Joceval Rodrigues (PPS), cresceu de uma eleição para outra 396 votos e manteve sua base no mesmo nível dos pouco mais de sete mil eleitores. A sua coligação (PPS/PTB) elegeu três edis. O primeiro foi Kiki Bispo (PTB) que cresceu o seu eleitorado em 1.701 votos e o segundo Beca (PPS), cuja votação foi maior 3.679 votos a mais que em 2012.
O vice-líder, vereador Leo Prates (DEM), cresceu 5.762 votos. Foi o segundo mais votado do partido que elegeu seis edis. Em sua frente ficou somente Duda Sanches (DEM) com um crescimento de 5.984 votos.
O líder da oposição, vereador Silvio Humberto (PSB), cresceu mais que o concorrente situacionista: 2.137 eleitores a mais no comparativo. A vice-líder, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), obteve um acréscimo de 2.565 eleitores em sua base.
Bocão News