Com a chegada do verão e aumento da intensidade de raios solares, há uma necessidade maior de proteger a pele contra danos provocados pelos raios UV. No que tange a pessoas de pele negra, apesar do mito sobre a melanina proteger a pele, a verdade é que o uso de protetores é indispensável para a saúde cutânea.
Embora a melanina ofereça proteção parcial, ela não elimina os riscos de danos à pele, podendo levar ao desenvolvimento de câncer de pele, como o melanoma, muitas vezes detectado em estágios avançados devido à falta de conscientização. Ou seja, a disseminação de mitos sem comprovação científica é extremamente danosa à saúde pública.
Assim, a biomédica esteta, Jéssica Magalhães, especialista em pele preta com mais de 10 anos de experiência, destaca a importância dos cuidados com a pele, principalmente pelo uso de protetores solares. “Há muita informação desencontrada circulando, em especial sobre o uso de protetor solar. É comum haver um descuido maior por parte de pessoas com pele preta, achando que estão protegidos. Contudo, a ação solar causa danos graves à barreira protetora e saúde cutânea. Então, eles não podem ser descartados, sua ação protetora é essencial para a saúde”, comenta.
Ao todo, 71% dos brasileiros não utilizam protetores solares diariamente; é o que diz a mais recente pesquisa realizada pelo Instituto de Cosmetologia. Além disso, o estudo ainda traz que 55% não sabem qual a quantidade de protetor usar, fator que pode levar a um uso inadequado e não render a proteção necessária. Muito dessa realidade provém exatamente da desinformação sobre o assunto.
A perpetuação do mito e de outros desconhecimentos, como a crença de que aplicar a proteção somente uma vez ao dia é suficiente, protetores solares com cor não são necessários ou que esses produtos deixam resíduos brancos, sendo incompatíveis com a pele negra, reduz a procura por profissionais de saúde e orientações dermatológicas, dificultando o diagnóstico precoce de condições relacionadas à exposição solar. Mesmo sem queimaduras evidentes, ela pode causar fotoenvelhecimento e da
Desse modo, visando orientar a população, a especialista explica que a aplicação do protetor solar deve ser feita a cada duas horas, especialmente durante a exposição direta ao sol ou atividades que causem suor. Deve-se, então, escolher um protetor solar com FPS 30 ou superior, preferencialmente os destinados ao tom de pele, formulados para não deixar resíduos brancos. “Há uma crença difundida de que os protetores são incompatíveis com a pele negra por deixarem resíduos brancos. É importante destacarmos que existem produtos destinados a esse tom de pele, oferecendo uma proteção indispensável, sem esse risco”, reforça.
Jéssica Magalhães ainda explica que a pele negra, por ser mais oleosa, tem maior incidência de acnes e hiperpigmentação. Então, o ideal é procurar produtos com texturas leves, em gel ou sérum, e acabamento seco, reduzindo as chances de obstrução dos poros e incidência do efeito acinzentado. A biomédica também desmistifica o senso comum de que protetores solares com cor não são necessários para a pele negra. Estes, além de protegerem contra os raios UV, ajudam a bloquear a luz visível, uma das principais causadoras de manchas na pele negra.
A especialista acrescenta que além do uso de protetores solares, outras ações são recomendadas. Uma delas é aplicar produtos calmantes, à base de aloe vera, para reduzir possíveis irritações e ajudar na regeneração da pele após exposição do órgão à luz solar. Também se deve beber regularmente água e consumir alimentos ricos em antioxidantes, como frutas cítricas, para fortalecer a pele. Além disso, recomenda-se combinar o uso do protetor solar com barreiras físicas, como chapéus, ajudando as pessoas a curtirem o verão de maneira protegida.