Segunda-feira = dia internacional da dieta. Para mim e para muitos de vocês que me leem agora, certamente! Por isso, o tema hoje é falar sobre emagrecimento e a dificuldade da manutenção do peso.
É minha gente o tal efeito sanfona (já havia falado dele com vocês em outra oportunidade) é totalmente real!
Minha querida médica endocrinologista Paula Pires, membro da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), que me ajuda a cuidar da saúde e da dieta, me disse que emagrecer não é algo de outro mundo. O problema está na manutenção do peso. Segundo ela, o “reganho do peso perdido é o maior desafio que nós, endocrinologistas, enfrentamos na nossa prática médica do dia a dia. Mesmo os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, possuem o risco de 20% de sofrer o efeito sanfona”.
De acordo com Paula, o efeito sanfona ocorre por uma tendência biológica do organismo.
—E o culpado é uma região do cérebro chamada hipotálamo, que é o centro regulador do apetite e onde todas essas alterações químicas e hormonais ocorrem. Resumindo: não é como você chega ao peso [emagrecer todo mundo emagrecer] e sim onde você está e o que vai fazer para se manter ali.
Dá para “fugir” do efeito sanfona?
A especialista afirma que durante a perda de peso é perdida uma proporção de massa livre de gorduras, ou seja, de massa muscular, grande determinante de gasto energético basal — o que nosso corpo consegue queimar. Nosso metabolismo chega a cair em média 15 kcal a cada 1 kg perdido.
— Ou seja, se você perde peso e volta a comer como comia antes, você está fadado a ganhar todo o peso perdido, pois seu organismo não conseguira queimar as calorias mais como ele queimava antes. O problema é que a fome aumenta! E aí? Como fazer? O segredo é manter a reeducação alimentar e fazer atividades físicas, pois assim você consegue aumentar a sua massa muscular e passar a queimar mais calorias de novo.
E aquela história de quem perde peso muito rápido, ganha rápido também?
Segundo Paula, é um mito dizer que quem perde peso rápido, reganha esse peso perdido mais rápido. Estudos científicos publicados em revistas médicas muito conceituadas afirmam que a velocidade do emagrecimento, seja rápida ou progressiva, não tem nenhum efeito no risco de ganhar os quilinhos de volta.
— Ou seja, não é velocidade da perda de peso que influencia no reganho de peso posterior, como disse, isso ocorre com todo mundo pois é algo fisiológico, como se fosse um mecanismo de proteção e para conseguir lutar contra isso (veja as estratégias abaixo) e a longo prazo. Não é como você chega ao peso (emagrecer todo mundo emagrece) e sim onde você está e o que vai fazer para se manter ali.
Para perder peso, o mais importante mesmo é reduzir as calorias da sua dieta, ou seja, comer menos do que o organismo consegue queimar e como resultado desse déficit calórico, você acaba emagrecendo. Para manter esse peso perdido, outras características são necessárias.
Segundo estudos, as características de pacientes com boa manutenção de peso são (média de 30 kg perdidos e mantidos por 5.5 anos):
-> 98% modificaram hábitos alimentares;
-> 94% aumentaram atividade física (caminhada foi o mais frequente);
-> Maioria manteve dieta de baixa caloria (1.360kcal/dia) e baixo conteúdo de gordura.
-> Maioria com automonitorização da dieta e atividade física;
-> 78% tinha café da manhã diariamente;
-> 75% se pesava pelo menos 1x/sem;
-> 62% assistia menos de 10h de TV por semana;
-> 90% se exercitava pelo menos 1h ao dia.
-> Quem comia mais proteína e alimentos de baixo índice glicêmico (como os integrais e com fibras) mantiveram uma maior perda de peso;
R7