Em queda desde 2014, os investimentos da indústria brasileira voltaram a crescer em 2017, e a previsão é que a trajetória positiva continue em 2018. Esse é o resultado de pesquisa divulgada hoje (23) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com o levantamento, 76% das empresas fizeram algum tipo de investimento durante o ano passado, o maior percentual desde 2015 – dado que confirma o fim da recessão. Além disso, 81% das grandes indústrias afirmaram que pretendem fazer algum tipo de incremento em 2018 – o maior percentual desde 2014.
O resultado poderia ser ainda mais expressivo se o setor industrial tivesse contado com mais crédito bancário. Segundo a pesquisa, 75% dos investimentos feitos no ano passado foram custeados pelo capital próprio das empresas.
A participação dos financiamentos de bancos de desenvolvimento caiu para 10% em 2017, o menor percentual desde 2010, início da série histórica. Na avaliação da CNI, a falta de financiamento em longo prazo limitou os investimentos.
Mesmo assim, apenas 6% das grandes empresas cancelaram planos de incrementos em 2017. Na avaliação do gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, o quadro “confirma a retomada gradual da economia”. A pesquisa foi feita com 632 empresas de grande porte, com 250 ou mais empregados, entre os dias 24 de janeiro e 19 de março.
Investimentos
Máquinas e equipamentos foram a principal aquisição dos industriais em 2017, seguida da compra de novas tecnologias. A preocupação com a concorrência, voltada sobretudo para o reaquecimento do mercado interno, levou os empresários, segundo a CNI, a privilegiar a inovação de processos e produtos.
Ainda sob reflexo da crise, apenas 22% das empresas investiram no aumento da capacidade de produção. “A capacidade ociosa da indústria ainda é grande”, justificou Castelo Branco.
Para 2018, 81% das empresas afirmaram que têm planos de investimento, boa parte deles voltada para novos projetos. Como em 2017, a compra de máquinas e equipamentos continuará sendo o principal item, seguido das novas tecnologias digitais e de automação. A CNI observa que a recente valorização do dólar, contida pelo Banco Central esta semana, e, sobretudo, as incertezas sobre as eleições podem alterar os planos otimistas dos empresários.
Agência Brasil