A estabilidade financeira é um dos maiores objetivos para as mulheres que elegeram o concurso público como uma alternativa para a vida profissional. É o caso da advogada Elisabete Neta, de 26 anos, que viu nos concursos uma forma de conseguir a tão sonhada segurança. A jovem concurseira conta que o interesse por uma vaga na área começou desde o período que ainda estava na faculdade. “Tinha o pensamento sobre fazer concursos, mas ainda possuía muita dúvida sobre isso. Concluí o curso, passei cerca de um ano trabalhando em escritório, quando então decidi me dedicar efetivamente ao estudo”, revela.
Enquanto aguarda a posse do concurso que foi aprovada, a advogada não parou os estudos e visa ainda outras opções. “Ainda não fui chamada para tomar posse. Continuo estudando para outros concursos, sobretudo aqueles que eu sempre visei”, reitera.
A administradora Luna Santana, de 28 anos, também é uma das mulheres que estudam para passar em um concurso. Diferente de Elisabete, a administradora ainda não conseguiu uma vaga e, essa é uma realidade para muitas mulheres. “Faço provas estaduais e nacionais e as dificuldades se refletem no número de vagas, na concorrência altíssima e até alguns que têm pré-requisito de idade”, explica.
Já para Elisabete, fatores emocionais como ansiedade, autocobrança e custo para a preparação podem prejudicar o desempenho nas provas. A dupla rotina da maioria das mulheres também é um agravante. “Muitas mulheres que estudam para concurso vivem uma rotina mais cansativa, além de trabalhar fora de casa, se dividem entre os trabalhos domésticos e cuidados com os filhos, muitas vezes sem qualquer apoio”, relata a advogada.
Pesquisa revela aumento de mulheres em cargos públicos
Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Proteção aos Concursos (Anpac) apontou o aumento significativo de mulheres que ingressaram em cargos públicos, inclusive em cargos que anteriormente eram procurados apenas por homens, como na área da segurança pública. Atualmente, 35% a 40% das inscrições foram compostas por mulheres. No entanto, as áreas mais procuradas por elas foram as dos tribunais, tanto no nível médio quanto no superior. Nas carreiras jurídicas, 60% das inscrições são de mulheres. A área fiscal, onde tradicionalmente a predominância era dos homens, agora se equipara em ambos os sexos.
A pesquisa também revelou que a faixa etária das candidatas ficou entre 25 e 40 anos. Além disso, os dados mostraram que as primeiras colocações em concursos para juiz são do sexo feminino. O levantamento ainda concluiu que os principais motivos para as mulheres optarem pela carreira pública estão a ascensão profissional, a vocação, o reconhecimento e a independência econômica.
Bahia Notícias