Um estudo feito na Suécia e Finlândia e publicado na última quinta-feira (1) no periódico científico “The Lancet Diabetes & Endocrinology” mostra que separar o diabetes surgido na idade adulta em cinco diferentes tipos, pode ajudar a melhor decidir o tratamento para cada paciente. Segundo os cientistas, os cinco tipos de diabetes identificados na pesquisa têm diferentes características com complicações também diferentes, o que ilustra a variedade de tratamentos requeridas pelos pacientes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 6% da população convivem com a doença. No Brasil, 90% dos casos são do tipo 2, causado pela crescente resistência do corpo à insulina. O estudo teve como base quatro outros estudos de corte envolvendo quase 15 mil pacientes com 18 anos ou mais então recém-diagnosticados com diabetes. De acordo com a Folha de São Paulo, os cientistas analisaram seis medidas usadas para monitorar os pacientes que refletem aspectos chave da doença: idade do diagnóstico, índice de massa corporal, controle glicêmico de longo prazo, funcionamento das células produtoras de insulina no sangue, resistência à insulina e presença de anticorpos associados ao diabetes autoimune. Segundo os pesquisadores, os cinco tipos de diabetes se mostraram batante distintos, incluindo três formas severas e duas mais leves da doença. Entre as forma severa estava um grupo com grande resistência à insulina e um risco significativamente maior de problemas nos rins dos que as outras vítimas da doença, afetando de 11% a 17% dos pacientes (grupo 3), e um grupo relativamente jovem, com deficiência na produção de insulina e mau controle metabólico, mas sem anticorpos imunes, com uma prevalência entre 9% e 20% (grupo 2). Já a terceira forma severa foi vista em um grupo que tinha deficiência de insulina e os anticorpos autoimunes, uma forma de diabetes anteriormente classificada como do tipo 1 e chamada de diabetes autoimune latente em adultos, atingindo de 6% a 15% dos pacientes. Os cientistas, porém destacam algumas limitações de seu estudo, incluindo não ter sido capaz de confirmar que cada um dos cinco tipos tem causa diferente nem se o tipo de diabetes de um paciente pode mudar com o tempo.