A Petrobras estimou para o começo de janeiro a comercialização da primeira carga de petróleo do bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, considerada como a maior reserva do produto no Brasil. A previsão é do gerente-executivo do projeto de Libra, Fernando Borges, que participou hoje (1º) de uma teleconferência com jornalistas sobre a declaração de comercialidade da área noroeste do bloco, anunciada ontem pela companhia.
Borges afirmou que, atualmente, a produção ainda é restrita porque não inclui a planta de gás usada no processo de exploração, mas, quando isso ocorrer, a quantidade de produção, que hoje é de 17,5 mil barris dia, vai aumentar.
“Hoje, o poço está produzindo, com o pé no freio, porque a gente tem limitação na planta de gás. Se a planta de gás já estiver comissionada no prazo que a gente tem, de 60 dias, a gente pode elevar a produção deste poço para em torno de 40 mil barris dia”, revelou.
O campo de Mero, no bloco de Libra, tem volume recuperável total estimado de 3,3 bilhões de barris de óleo e está em águas ultraprofundas, a cerca de 180 quilômetros da costa do Rio de Janeiro. Durante a fase exploratória e de avaliação, foram perfurados oito poços de extensão na área do plano de avaliação da descoberta (PAD), identificando reservatórios com óleo de boa qualidade e alto valor comercial.
“Isso é um feito muito relevante na indústria do petróleo, em apenas quatro anos, estar produzindo com um navio dedicado, construído especificamente para isso, e trazer mais conhecimento para, quando estes projetos entrarem, ter uma melhor locação dos poços produtores e injetores nesta jazida”, afirmou.
Segundo Borges, a plataforma FPSO Libra 1 deve ser contratada ainda este ano. De acordo com a Petrobras, o primeiro óleo do campo foi produzido por meio da plataforma flutuante FPSO Pioneiro de Libra, em um teste de longa duração, com o objetivo de avaliar o comportamento do reservatório de petróleo e ampliar o conhecimento das características da jazida.
O gerente disse que a Petrobras não trabalha com a informação aberta de quanto será produzido quando todos os projetos estiverem em operação. O que pode ser adiantado é que o primeiro projeto aprovado está em fase iminente de ter o contrato assinado para um navio capaz de produzir 180 mil barris dia. Além disso, há previsão de mais quatro plataformas que podem ser do mesmo porte.
“Hoje dentro de uma probabilidade razoável de conhecimento, a gente está declarando um volume de 3,3 bilhões de barris que é da área noroeste, onde a gente concentrou nestes quatro anos os esforços exploratórios”, apontou.
Fernando Borges informou que o bloco de Libra tem em torno de 1.500 quilômetros quadrados e o campo de Mero está localizado em 320 quilômetros quadrados da área. Ainda não há avaliação do que vai ser encontrado na outra área do bloco. “No restante da área, a gente perfurou três poços e encontrou uma geologia um pouco diferente da área que estamos declarando comercialidade. Então, é muita informação para ser estudada, para a gente entender melhor o modelo geológico e onde pode estar o óleo neste restante da área que vamos continuar com os trabalhos exploratórios”.
O gerente revelou ainda que o nome do campo foi escolhido por meio de votação entre os empregados da Petrobras. “Foram mais de 18 mil empregados votando entre três nomes. Saiu vencedor o nome de Mero, um dos maiores peixes da costa brasileira, é o senhor das rochas, que é fruto, inclusive, de um projeto de preservação que a Petrobras ajuda a patrocinar”, disse.
O consórcio de Libra é liderado pela Petrobras, com participação de 40%. A empresa tem parceria com a Shell (20%); a Total (20%); a CNPC (10%) e a CNOOC Limited (10%). A gestora do contrato de partilha da produção é a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA).
Agência Brasil