A Polícia Federal fez varredura na noite desta segunda-feira (26) no segundo andar do palácio do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Os agentes revistaram gavetas, mesas e telefones. O STF confirmou que a varredura estava programada com o objetivo de verificar se há ameaças para a segurança do tribunal, como grampos e outros.
Na semana passada, a presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, pediu as varreduras ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello. Esse tipo de varredura para detectar grampos ou outras ameaças ocorre periodicamente no Supremo, mas essa inspeção, determinada por Cármen Lúcia, é realizada após a divulgação de supostos grampos envolvendo o relator da Operação Lava Jato, ministro Edson Fachin.
No último dia 10, uma revista de grande circulação informou que o governo Michel Temer havia acionado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para “bisbilhotar a vida de Fachin”. O objetivo da investigação sobre o magistrado seria, segundo publicação, fragilizar e constranger Fachin, relator do inquérito que investigou Temer com base nas delações da JBS.
Na ocasião, o Palácio do Planalto negou qualquer investigação por parte da Abin e Temer chegou a ligar para Cármen Lúcia para negar a informação da reportagem. Mesmo assim, a presidente do Supremo divulgou nota, em tom grave, mostrando indignação com a suposta devassa na vida de Fachin.
Na nota, Cármen Lúcia disse que a possível “devassa” contra o ministro era “própria de ditaduras”. A presidente do STF também acrescentou à época que a Corte repudia, com veemência, “espreita espúria, inconstitucional e imoral contra qualquer cidadão e, mais ainda, contra um de seus integrantes, mais ainda se voltada para constranger a Justiça.”