A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (25) o piloto Rogério Almeida Antunes, 41, em uma ação que resultou na apreensão de um helicóptero utilizado pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para transportar drogas na cidade de Arujá, na Grande São Paulo.
Rogério já havia sido preso em 2013, no Espírito Santo, com um helicóptero carregado com mais de 400 quilos de cocaína e havia sido condenado em dezembro deste ano a 10 anos de prisão, mas com o direito de recorrer em liberdade.
Além de Rogério, foram presos também seu irmão Leonardo Almeida Antunes e outros dois homens. Segundo a Polícia Civil eles serão indiciados por associação ao tráfico de drogas e organização criminosa.
Segundo Paulo Henrique da Rocha Junior, advogado de Rogério, seu cliente teria sido contatado na noite de terça-feira (24) por alguém com uma proposta para pilotar um helicóptero de São Paulo até o Mato Grosso.
“Não havia nenhuma menção de que seria algo ilícito, mas um transporte comum que, para o meu cliente, que é um piloto, é algo normal. Inicialmente, inclusive, ele teria recusado, mas depois de certa insistência, acabou aceitando prestar o serviço”, disse o advogado ao R7.
O advogado afirma que ainda não tomou ciência das acusações que pesam contra seu cliente, mas não acredita em envolvimento dele, já que, por conta do processo anterior, do qual Rogério foi condenado e tinha o benefício de recorrer em liberdade, havia uma recomendação para que fosse evitado qualquer envolvimento em atividade ilícita. “Inclusive uma infração de trânsito, pois isto já complicaria as condições que ele possuía de recorrer a condenação em liberdade”, afirmou Rocha Júnior.
Paulo também afirmou que o irmão de Rogério, também preso na ação, dificilmente tem algum envolvimento com o caso. Segundo ele, as informações iniciais são de que Leonardo atendeu a um pedido do irmão para que o levasse até o hangar onde estava a aeronave que teria sido contratado para pilotar, pois ele presta serviços como motorista de aplicativo em São Paulo.
De acordo com a Seccional de São Bernardo do Campo, um helicóptero do Primeiro Comando da Capital (PCC) também foi localizado nesse hangar em Arujá, onde ocorreram a prisão dos quatro homens.
Segundo investigações da Polícia Civil, a mesma aeronave apreendida nesta quarta-feira também era usada para transportar as drogas para o Paraguai e outros Estados do Brasil e teria sido usada na morte de Gegê do Mangue — dois helicópteros participaram da ação.
O trabalho da polícia começou antes da execução do Gegê, quando iniciaram buscas pelos hangares da região de São Paulo e região metropolitana atrás de veículos usados para tráfico do PCC. Após a morte de Gegê, a aeronave sumiu e só foi localizada hoje.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave, um helicóptero modelo Esquilo de prefixo PP-MAU, avaliado em cerca de R$ 2,5 milhões de reais, está com o certificado de voo válido e está registrada em nome de uma pessoa física com residência em um apartamento no bairro de Vila Formosa, na zona leste de São Paulo.
No início da noite, a aeronave foi levada para o aeroporto do Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, onde passou por uma perícia em que foram encontrados vestígios de cocaína no interior da aeronave.
R7