Nos últimos anos, Salvador observou um aumento expressivo no número de ciclistas circulando na cidade, seja para a prática esportiva, lazer ou mesmo para se locomover para realização de atividades diárias. Esse aumento foi possível a partir da ampliação da rede cicloviária, que saiu de aproximadamente 38 km em 2012 para cerca de 310 km em 2021. Apesar desse aumento considerável, ainda há muito que ser feito para oferecer uma malha apropriada para quem utiliza a bike na cidade, tanto em questão de infraestrutura quanto em segurança viária.
Com o objetivo de resolver estes problemas e consolidar uma rede cicloviária abrangente, segura e integrada em toda a cidade, a Prefeitura, através da Secretaria de Mobilidade (Semob), irá licitar, em setembro, a elaboração de um plano para ciclovias. A iniciativa deverá contemplar elementos como melhoria da infraestrutura urbana para circulação, implantação de bicicletários e bicicletas compartilhadas, além de ações de educação para os cidadãos.
O novo plano deverá ter uma abordagem mais minuciosa do que a apresentada no Plano de Mobilidade Urbana de Salvador (PlanMob), que já previa a ampliação da infraestrutura cicloviária, com requalificações e a implantação de trechos, novos ou complementares, ligando toda malha já implementada pela administração municipal nos últimos anos.
“Mesmo com o estímulo ao uso da bicicleta nos últimos anos, sabemos que nossa cidade ainda carece da consolidação de uma rede articulada e que busque, também, incentivar a integração de outros modais com a bicicleta, principalmente devido às limitações impostas pelo próprio relevo da capital baiana”, afirmou o secretário da Semob, Fabrizzio Muller.
De acordo com o gestor, o plano deverá ter, de forma detalhada, todo o processo de estruturação e consolidação da rede, conectando-a principalmente ao transporte coletivo para possibilitar o uso da bicicleta em parte do percurso, como meio de transporte complementar.
As empresas que participarem do processo de licitação deverão elaborar um plano de trabalho identificando as atividades que serão realizadas e a forma que serão feitas. Entre as ações exigidas pelo Município está a adequação da infraestrutura cicloviária existente, a fim de minimizar os problemas de descontinuidade e de garantir maior segurança ao ciclista. O prazo total para a execução do plano cicloviário é de 120 dias, contados a partir do recebimento da Ordem de Serviço Inicial.
Participação popular – A população também poderá participar dos debates para a implantação do plano em Salvador, prevista na Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU) – Lei Federal 12.587/2012. O desenvolvimento do Plano Setorial Cicloviário deverá contemplar esse direito, uma vez que as ações de mobilidade urbana têm estimulado, cada vez mais, que o uso da bicicleta seja absorvido pela sociedade como um modal de transporte para atender não apenas as atividades de lazer ou esporte, como também as diversas atividades cotidianas, como o trabalho, estudo, compras e saúde.
“Debates públicos serão realizados para ouvir a população, entender suas necessidades e, a partir daí, implementar um plano que atenda da melhor forma possível aos interesses da sociedade. A gestão da mobilidade da cidade deve se alicerçar constantemente nas demandas provenientes dos cidadãos, em especial em uma cidade com as particularidades de Salvador”, finalizou o secretário.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom