No verão, o excesso de exposição solar sem a devida proteção tem o potencial de causar diversos males à saúde. Contudo, há pessoas que, mesmo nesta estação, evitam a todo custo qualquer tipo de contato com a luz solar. Este outro extremo também não é recomendável, pois o sol é essencial para a produção da Vitamina D, fundamental para a saúde humana.
A servidora Pública Vera Lúcia Souza descobriu isso através de exames de rotina. “Eu raramente vou à praia ou a locais onde a exposição solar não possa ser evitada. Não gosto. Recentemente, minha ginecologista solicitou uma série de exames e quando viu o resultado da dosagem de Vitamina D, ficou impressionada com níveis muito baixos. Ela me explicou que provavelmente por isso eu me sinto tão cansada. Falou-me sobre outros riscos da deficiência desta Vitamina. Por isso, além de tomar o complemento que ela prescreveu, estou ‘me forçando’ a passar um tempo em contato com a luz do sol todos os dias”, contou.
Segundo a dermatologista Denise Matos, “o equilíbrio entre a superexposição e o contato moderado com a luz solar, a que chamo de ‘caminho do meio’, é fundamental. Para síntese da Vitamina D, bastam 15 a 20 minutos por dia de exposição sem protetor solar. O melhor horário para isso é entre 12 e 13 horas”, diz. Após este breve ‘banho de sol’, o uso do protetor solar com proteção contra os raios Ultra-violetas (UV) é fundamental, sobretudo para evitar o câncer de pele, o mais frequente no Brasil.
A especialista explica que através da Vitamina D, o corpo consegue absorver o cálcio dos alimentos e depositá-lo de forma eficiente nos ossos, tornando-os saudáveis. Pesquisas recentes têm demonstrado que a Vitamina D também interfere em várias funções orgânicas, tais como no sistema imunológico; na prevenção e no tratamento de alguns tipos de câncer; no sistema cardiovascular, protegendo de doenças como o infarto; na prevenção e na melhora do diabetes; na sexualidade, entre muitas outras. Concentrações adequadas são importantes para evitar o raquitismo nas crianças e a osteoporose nos adultos.
Os alimentos normalmente contêm quantidades diárias insuficientes de vitamina D. As principais fontes são os óleos de fígado de peixe e os peixes de água salgada como a sardinha e o salmão. Os ovos, a carne, o leite e a manteiga também contêm pequenas quantidades. “Mas mesmo consumindo-os, dependemos da luz solar para garantir estoques adequados desta vitamina no organismo”, ressalta Denise Matos.
O diagnóstico de deficiência de vitamina D é realizado através de dosagem sanguínea, solicitada por médicos de diversas especialidades, quando necessário. O tratamento, quando o problema existe, deve ser orientado por um médico. A suplementação de Vitamina D por conta própria (automedicação) pode fazer mal à saúde, pois o excesso do nutriente pode causar intoxicação e determinar concentrações elevadas de cálcio no sangue.