Preservar a restinga é fundamental para o equilíbrio ambiental de qualquer cidade litorânea. Em Salvador, onde a extensão de orla soma cerca de 60 km, uma iniciativa desenvolvida pela Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis) vem recuperando a vegetação desse ecossistema em trechos à beira-mar da cidade.
Aos poucos, plantas nativas de áreas litorâneas estão sendo reintroduzidas, revitalizando uma paisagem que, ao longo do tempo, foi prejudicada pela presença humana. Na orla de Pituaçu, por exemplo, foram realizados 3.360 m² de plantio de salsa-da-praia, uma espécie de planta rasteira com flores rosas que ajudam a proteger a costa.
Além disso, foram plantados 2.820 m² da mesma espécie em outros trechos do bairro, assim como bromélias, guapira pernambucensis, clusia nemorosa e eugenia microphylla. As orlas de Boca do Rio, Jaguaribe e Piatã também estão ganhando mais vegetação.
Na prática, ampliar esse plantio tem permitido que espécies de animais e outros vegetais cresçam e se reproduzam, ajudando na manutenção do ecossistema da capital baiana, além de servir como barreira natural para prevenir erosões – um problema que afeta cerca de 60% dos 10 mil km de extensão da costa do país.
Cultivo – As plantas que estão revitalizando o litoral da capital baiana são cultivadas no Viveiro Municipal de Restinga, localizado em Praia do Flamengo. O espaço, inaugurado em dezembro de 2023, tem a capacidade de produzir anualmente 36 mil mudas de diversas espécies.
“Na Praia do Flamengo, em um dia de sol, por exemplo, é possível observar as tartarugas, e a restinga também auxilia no deslocamento delas, que utilizam essa área para fazer seus ninhos. Antes, a população costumava invadir essa parte da praia com carros, bicicletas e outras atividades de lazer, e a vegetação de restinga era retirada”, comenta Ivan Euler, titular da Secis.
“Acreditava-se que essa vegetação não tinha influência no ecossistema, mas, na verdade, ela é fundamental para a fixação das dunas. Se não houvesse a restinga, a areia estaria invadindo as casas, calçadas e vias. Com a vegetação, isso não acontece”, acrescenta o gestor.
Fotos: Jefferson Peixoto/ Secom PMS