Um levantamento com informações oficiais do governo federal revelou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu cerca de 700 mil armas e munições desde 2014 até setembro deste ano. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Segundo as estatísticas, foram retiradas 10.243 armas (pistolas, revólveres, carabinas, fuzis, espingardas, submetralhadoras e metralhadoras) de circulação pelos agentes da PRF nos últimas cinco anos. Somente em 2019, foram apreendidas 1.035 peças. Em 2017, houve a maior quantidade de equipamentos confiscados (2.036).
No mesmo período avaliado pela LAI — a partir de 2014 até setembro de 2019 —, foram confiscadas 694.365 munições dos mais variados tipos e calibres. O maior número de apreensões ocorreu no ano retrasado (2017), quando foram retiradas de circulação 186.697 unidades. Em 2018, foram mais 161.099 apreensões. Neste ano, houve mais 65.021 munições apreendidas até setembro.
Réplicas e simulacros
Os dados também revelam a quantidade de réplicas de armas e simulacros apreendidos pela PRF, em todo o país, entre o dia 1º de julho de 2017 e 30 de setembro deste ano (842) — foram 122 peças em 2017, outras 617 no ano seguinte e mais 103 em 2019.
Arte R7
De acordo com a assessoria de comunicação da PRF, algumas operações específicas foram desenvolvidas especificamente nos anos em que as apreensões tiveram números maiores. No entanto, não se pode atribuir totalmente o resultado a essas ações, pois outros fatores podem ter influenciado, como rota, fortalecimento do policiamento em cinturões de segurança e acesso aos grandes centros.
Aposta na inteligência
O chefe do Setor de Comunicação da PRF em São Paulo e porta-voz do órgão no Estado, Ricardo De Paula, avalia como “considerável” o aproveitamento dos agentes nas ações realizadas no país devido à defasagem de funcionários da instituição no território nacional (9.900) em relação a outros órgãos da segurança pública brasileiros.
O agente também destacou os esforços que a PRF tem feito para desenvolver os setores de inteligência e de tecnologia da informação nos últimos anos. Para De Paula, a capacitação dos policiais rodoviários federais possibilitou a melhora nos resultados mesmo com a redução do efetivo.
“Investimos bastante na formação de agentes de inteligência e na criação de sistemas próprios que facilitem e viabilizem nosso trabalho com máximo de efetividade. Isso catapultou nossos resultados mesmo com o efetivo diminuindo a cada ano”, afirma De Paula.
Desenvolvimento de operações
A PRF explica que organiza operações específicas com base nos levantamentos da inteligência ou em conjunto com outros órgãos. Entretanto, há um grande número de apreensões feitas a partir do serviço ordinário, ou seja, em abordagens de rotina.
Muitas apreensões são oriundas de fiscalização de trânsito, mas o policiamento é reforçado nos principais corredores e acessos a mercados consumidores de armas ilegais, caso do eixo Rio-São Paulo — o que também impacta nos números.
As peças (armas e munições) confiscadas pelos agentes são encaminhadas para a Polícia Judiciária, Polícia Civil ou Polícia Federal, de acordo com as circunstâncias do crime praticado pelos suspeitos.
Prisões
Não há um mapeamento do perfil das pessoas presas. Porém, os suspeitos são indiciados por porte ilegal de arma de fogo, mas os inquéritos podem evoluir para outros tipos penais, de acordo com a conduta averigada durante a investigação.
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