Autoridades da Carolina do Norte estão reforçando a segurança nas ruas de Charlotte, a principal cidade do estado da Carolina do Norte, para diminuir o clima de tensão e evitar que se repitam hoje (21) os tumultos, envolvendo manifestantes e policiais, ocorridos ontem (20), quando centenas de pessoas quebraram as janelas de carros da polícia, jogaram pedras em lojas comerciais e agrediram policiais.
A violência começou durante o dia em protesto pela morte a tiros de Keith Lamont Scott, um homem negro de 43 anos, por policiais. O protesto continuou durante a noite e também de madrugada e só terminou depois que a polícia lançou gás lacrimogêneo contra a multidão.
Dezenas de policiais ficaram feridos e sete levados a hospitais. Entre os manifestantes, dezenas tiveram ferimentos, sete foram para hospitais e cinco presos.
A polícia deu ontem informações sobre a morte de Keith Scott, que não era a pessoa que estava sendo procurada pelas autoridades, e sim outro homem que tinha um mandado de prisão. Segundo a polícia, ao tentar descobrir onde estava o homem procurado pela justiça, eles abordaram Keith Scott, que entrou e saiu de um carro, por duas vezes, com uma arma na mão, e, por isso, foi morto. A explicação da polícia não convenceu os manifestantes, que iniciaram os protestos por meio de convocação pelas redes sociais. A primeira ação dos manifestantes foi bloquear a rodovia 85, uma importante via interestadual dos Estados Unidos.
Homem filmado por ser negro
Uma mulher, que afirmou ser filha de Scott, contribuiu para incentivar os protestos ao mandar o seguinte recado pelo Facebook antes de saber do tiroteio: “A polícia acabou de filmar o meu pai quatro vezes por ser negro”. O vídeo já foi visto por mais de meio milhão de vezes.
O temor da polícia em relação à possibilidade do ressurgimento dos protestos hoje decorre de uma outra versão sobre a morte de Keith Scott, que vem sendo espalhada pelas redes sociais. De acordo com essa versão, divulgada por uma irmã de Keith Scott, a vítima estava desarmada, lendo um livro e esperando um filho que ia chegar em um ônibus escolar, quando foi abordada pela polícia, que atirou.
Segundo a irmã, os policiais saíram de um veículo e gritaram: “Mãos ao alto! Ele tem uma arma! Ele tem uma arma! Pow, pow, pow, pow”, disse ela ao contar como o irmão foi morto. “É isso aí. Ele não tinha nenhuma arma”, disse.
Agência Brasil