Ridauto Fernandes, general da reserva, vai substituir Roberto Dias na Diretoria de Logística do Ministério da Saúde. O cargo é tido como alvo de disputa entre os militares ligados a Eduardo Pazuello e o Centrão. A chegada do general também traz conforto ao presidente Jair Bolsonaro, que terá um seguidor fiel no cargo. As informações são da coluna Malu Gaspar, do Globo.
Em maio de 2020, durante a crise entre Bolsonaro e o STF, Fernandes chegou a defender a decretação de estado de sítio. Apesar de pouco ativo nas redes sociais, ele continua manifestando apoio a Pazuello e Bolsonaro em listas restritas no aplicativo WhatsApp.
Em novembro do ano passado, o general protestou em uma dessas listas contra um artigo intitulado “O perigoso esporte de humilhar generais”, publicado pelo jornalista Fernando Gabeira no jornal O Globo.
Ainda de acordo com a coluna, Ridauto escreveu: “Por alguns valores, um militar passa (facilmente) por cima de muita coisa. Desculpem os que se sentirem ofendidos, mas por minha Pátria eu morro. E também mato e faço coisas que não vou listar aqui, para não provocar chiliques”, ao se indignar com a afirmação que o presidente rebaixava as Forças Armadas ao desautorizar Pazuello em negociações de vacinas.
Na mensagem, ele não explicou que coisas faz que não poderia listar e acrescentou: “Se eu achar que minha Pátria estiver precisando, aceito de cabeça erguida humilhações e cusparadas. E, se achar que minha Pátria estiver precisando, providenciarei para que aquele que a esteja agredindo seja neutralizado. Adoro essa palavra, neutralizado”.
O general foi procurado pela coluna e disse que a mensagem expressa seu pensamento e que tem orgulho disso. “Destaco que, na data em que o expressei, não integrava qualquer órgão de governo e, portanto, falava somente por mim, com a liberdade que a lei me garantia”.
Ridauto Fernandes se formou na turma da Academia Militar das Agulhas Negras em 1981 e chegou a general de Brigada em 2017, mas deixou as forças para trabalhar em consultorias.
Bahia Notícias