Diante da queda dos preços e da confiança na economia, a poupança voltou a ser uma aplicação rentável. Quem optou por aplicar na forma mais tradicional de investimento viu um rendimento real (descontada a inflação) da poupança de 3,42% nos últimos 12 meses, valor que não era registrado desde novembro de 2007. Os dados são da consultoria Economatica.
Em fevereiro, a poupança registrou ganho real de 0,26% e uma valorização de 0,59%. Segundo a consultoria, o resultado marca o nono mês consecutivo em que a poupança ficou acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País.
Os dados divulgados revelam que, no acumulado dos últimos nove meses, a poupança teve um retorno de poder aquisitivo de 6,20%. Uma sequência de nove meses seguidos de valorização real não era registrado desde março de 2012, segundo a consultoria.
Poder aquisitivo maior
Nos últimos meses, as reformas econômicas implementadas pelo governo federal e o retorno da confiança do investidor têm contribuído para a queda da inflação. Em fevereiro, o IPCA fechou em 0,33%, no menor patamar para o mês desde 2000.
Já nos últimos doze meses, o indicador que mede a inflação oficial do País passou de 5,35% para 4,76%. Ou seja, a inflação tem desacelerado expressivamente e está cada vez mais perto de ficar no centro da meta perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,5%.
A expectativa do mercado financeiro é de que a inflação termine o ano em 4,19% e a projeção é de que, em 2018, a alta nos preços fique exatamente na meta perseguida pelo BC. Nesse cenário, a expectativa é de que os juros básicos da economia, atualmente em 12,25% ao ano, fiquem em 9%.