Rico em detalhes, o Monumento ao Dois de Julho possui diversos objetos ligados a um grande mastro. Argolo conta que foi preciso restituir uma quantidade expressiva de itens pertencentes aos animais que fazem parte da alegoria, a exemplo de águias, leões e jacarés. Também foram recolocados 600 letras da inscrição que compõe o monumento, além de peças de mármore, sobretudo, do mosaico que faz parte da pavimentação.
Limpeza – Por conta do desgaste natural, proveniente da exposição aos raios solares e das chuvas, e do dano causado por sujeiras generalizadas, especialmente por fezes de pombos, muitas peças do Monumento ao Dois de Julho precisaram de uma limpeza minuciosa. Para o processo foi usada a técnica de microjateamento, utilizando máquinas importadas da Itália que operam com microesfera de vidro. A ação também contou com uso de produtos químicos com água destilada e sabão neutro.
Imponência – Criado na Itália pelo artista italiano Carlo Nicoli y Manfredini, e inaugurado em 1895, o Monumento ao Dois de Julho alcança a altura de 25,86 metros e possui uma estética neoclássica. É só passar pela Praça do Campo Grande, seja dia ou noite, que dá para enxergar de longe a imponente peça, constituída de pedestal de mármore de Carrara, onde se assenta uma elegante coluna de bronze.
No topo, chama atenção o principal personagem da composição: um caboclo com 4,1 metros de altura, munido com arco e flecha e armado com uma lança, matando um dragão, que representa a tirania portuguesa. O indígena representa a identidade, a nacionalidade e a liberdade do povo brasileiro que lutou pela independência.
Na base da coluna, outras duas figuras atraem olhares: uma escultura de mulher representando a Bahia e outra representando Catharina Paraguaçu, a índia tupinambá, mulher de Caramuru, com o lema “Independência ou Morte” em seu escudo.
Ainda integram a riqueza de detalhes do monumento símbolos e ícones que representam batalhas, nomes de heróis e os principais rios da Bahia, São Francisco e Paraguaçu. Sem falar da cachoeira de Paulo Afonso, as águias e leões instalados na estrutura, que significam liberdade e república. Há também oito candelabros, de sete metros, adaptados para iluminação a gás, além de mosaicos com referências a eventos da História do Brasil.
Balanço – Desde 2013, a Prefeitura investiu cerca de R$ 4 milhões na restauração ou confecção de mais de 80 monumentos históricos da cidade. Dentre eles estão: Marco de Fundação da Cidade do Salvador (Porto da Barra), Estátua de Thomé de Souza (Praça Thomé de Souza, Centro), Estátua do Visconde de Cairu (Comércio), Monumento em homenagem a Jorge Amado (Imbuí), Estátua do Barão do Rio Branco e Relógio de São Pedro (Avenida Sete de Setembro, no Centro), Estátua de D. Pedro II (Praça Almeida Couto, em Nazaré), Escultura Sereia do Rio Vermelho (Rio Vermelho)Panteão de Pirajá e Herma de Labatut.