Desde os primeiros casos do novo coronavírus em Salvador, em março, a Prefeitura deu início a uma série de ações para frear o avanço da doença, além de empregar recursos para o tratamento de infectados. Somente nos primeiros cinco meses de pandemia, o município investiu mais de R$ 200 milhões no fortalecimento da rede de saúde, distribuídos na instalação de unidades de campanha ou de emergência, leitos exclusivos para tratar pacientes com a Covid-19, contratação de mão de obra e compra de materiais, a exemplo de respiradores e testes.
De acordo com dados da Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz), no total a Prefeitura destinou R$357 milhões em ações contra a Covid-19. Além da área da saúde, que recebeu a maior parte dos recursos, também foram garantidas verbas para ações sociais, a exemplo do pagamento do auxílio de R$270 para trabalhadores informais, e para a educação, possibilitando que todos os alunos da rede pública municipal recebessem uma cesta básica por mês nesse período sem aulas presenciais.
“A Prefeitura tem arcado com 51% das despesas exigidas para o enfrentamento ao novo coronavírus. O restante vem da União, por meio das transferências obrigatórias para a saúde e recursos exclusivos para apoiar medidas de combate à pandemia. Só conseguimos fazer isso porque organizamos as finanças da cidade desde 2013 e cortamos gastos em outros setores que não eram essenciais nesse momento, economizando algo em torno de R$100 milhões”, disse o titular da Sefaz, Paulo Souto.
“Claro, assim como o setor privado e o cidadão comum, a Prefeitura também tem tido perdas, como a queda da arrecadação, por exemplo, além de termos deixados de fazer algumas obras e intervenções que estariam programadas em uma situação de normalidade, mas esperamos que, com a retomada gradual das atividades e os estímulos que estamos dando a diversos setores econômicos, envolvendo até redução de tributos, as coisas comecem a se normalizar”, acrescentou o secretário.
Hospitais – Na área de saúde, os hospitais de campanha contra a Covid-19 construídos pela Prefeitura foram fundamentais para que a cidade não tivesse enfrentado o problema da falta de leitos de UTI, como aconteceu em outros lugares do país e do mundo. Salvador ganhou três unidades do tipo: no Caminho das Árvores (Itaigara Memorial), na Avenida Luiz Viana Filho (Wet´n Wild) e no Bonfim (dentro do Sagrada Família). Esses espaços somam um total de 157 leitos de UTI e 151 clínicos, além de 2.010 profissionais contratados.
“Conseguimos manter o processo de expansão dos serviços prioritários da saúde ao mesmo tempo que deflagramos um grande volume de investimento para a construção da rede complementar temporária voltada para o enfrentamento à Covid-19. Isso em um curto espaço de tempo, o que demonstra a enorme capacidade administrativa da Prefeitura”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Leo Prates.
Vagas contratualizadas – Além das unidades de campanha, a Prefeitura contratualizou mais 71 vagas de UTI e 80 leitos clínicos nos hospitais Santa Izabel (Nazaré), Martagão Gesteira (Tororó), Português (Barra), Municipal de Salvador (Boca da Mata), Prohope (Cajazeiras) e Medtower (Federação).
Gripários – A cidade ainda ganhou seis estruturas exclusivas para atender casos de doenças respiratórias, como a Covid-19 e o H1N1. Também chamados de gripários, os equipamentos foram instalados próximos a Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), em pontos estratégicos.
Os gripários funcionam nos anexos da UPA Barris, UPA Paripe, UPA Pirajá/Santo Inácio, UPA Valéria, UPA de Bom Jesus dos Passos e no Pronto-Atendimento (PA) Maria Conceição Imbassahy, em Pau Miúdo. Juntos, esses espaços somam 15 leitos de UTI e 74 clínicos.