Com o aumento das chuvas, cresce também o risco de disseminação da leptospirose, motivo pelo qual a Prefeitura de Salvador redobra os esforços para alertar os cidadãos a evitar a disseminação da doença. Quando ocorrem enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos, se mistura com a água da chuva e a lama, o que pode contaminar o indivíduo que entrar em contato com esses materiais.
“A leptospirose é uma doença infecciosa, causada por bactérias do gênero leptospira, sendo considerada uma zoonose. Esta bactéria está presente na urina de animais infectados, principalmente os ratos. Ela pode se manifestar de forma leve, com sintomas como febre, dor de cabeça e dores musculares. Já nas formas mais graves, pode levar à morte”, explica a médica veterinária Cristiane Yuki, chefe do Setor de Vigilância e Controle das Zoonoses da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Ela explica que o contato com água ou lama de enchentes após as chuvas deve ser evitado. Cristiane ainda prescreve aos profissionais que trabalham com entulhos e desentupimento de esgoto o uso de equipamentos de proteção individual, como botas e luvas de borracha.
“Podemos também adotar medidas de controle dos roedores, como o acondicionamento e destino adequado do lixo e o armazenamento apropriado de alimentos. Evitar deixar ração de cães e gatos exposta nos quintais, pois isso pode servir como alimento para os roedores. E evitar também o acúmulo de inservíveis que abrigam esses animais”, complementou Cristiane Yuki.
Tratamento – A médica lembra que não há vacina contra a leptospirose e recomenda ao indivíduo que sentir sintomas como febre, dor de cabeça e dores no corpo logo após entrar em contato com as águas de enchente ou esgoto, que procure imediatamente uma unidade de saúde, a exemplo das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da rede municipal. O tratamento contra a leptospirose é feito com o uso de antibióticos e outras orientações médicas.
Em 2021, foram registrados 38 casos confirmados da doença em Salvador, com a ocorrência de dez mortes. Em 2019, quase 40% dos casos de leptospirose na capital baiana ocorreram no outono.
Foto: Bruno Concha/Secom