Foto: Bruno Concha – Secom/PMS
O próximo 2 de fevereiro é dia de comparecer ao Rio Vermelho para reverenciar e fazer pedidos à Iemanjá, a Rainha do Mar para os adeptos das religiões de matriz africana. Mas também é momento de pensar na preservação ambiental enquanto as tradicionais oferendas são entregues ao mar, como alerta o secretário de Cidade Sustentável, Inovação e Resiliência (Secis), André Fraga.
Ele mesmo já adota um hábito mais radical para garantir a limpeza no mar: não oferece nem presentes biodegradáveis. “Depositar algum presente que seja biodegradável é algo que polui menos, mas polui, se considerarmos que é uma festa que atrai muita gente e, em um momento em que a cidade está muito cheia, todo mundo jogando ao mesmo tempo algum tipo de material”, acredita Fraga.
O secretário lembra que a escolha por não entregar à Iemanjá nem presentes biodegradáveis foi inspirada por um artigo escrito pela ialorixá Mãe Stella de Oxóssi (1925-2018), em 2016, em um jornal local. No texto, ela recomendava aos seguidores que também não oferecessem presentes biodegradáveis. “Depois encontrei com Mãe Stella pessoalmente, que me explicou. Ela não queria impor nada a ninguém, era só uma sugestão a seus filhos e filhas, assim como eu também não quero impor nada. Me senti tocado pelas palavras dela e adotei esse hábito”, lembra Fraga.
Dicas – Mesmo assim, se o cidadão quiser seguir a tradição da oferenda, é importante que, ao menos, escolha pelos presentes biodegradáveis para a Rainha do Mar. Entre as práticas sustentáveis está o uso de recipientes como folhas de bananeira e cuias. Nada de deixar para trás sacos plásticos e embalagens ou derramar líquidos de frascos e garrafas no mar.
“Qualquer ação humana gera impacto, resíduo. É importante ter essa preservação. As pessoas curtem o momento de celebração mas, no dia seguinte, querem curtir a praia, a cidade limpa, descansar em ambiente agradável. É possível curtir, mas com esse olhar para questão ambiental”, pontua Fraga.