O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Reive Barros, disse que é favorável à expansão do mercado livre de energia como forma de baratear o fornecimento para os consumidores do país, inclusive para a energia eólica. Barros destacou que o envolvimento do setor eólico não se restringe apenas à área tecnológica e ao fornecimento, mas está cada vez mais presente na questão social.
“Eu sou da Região Nordeste, portanto, vejo com bons olhos a oportunidade de ampliar as questões de geração de energias renováveis, principalmente, a energia eólica”, disse o dirigente da subsidiária do Ministério de Minas e Energia, ao participar do painel Desafios da Energia Eólica no Brasil, no Brazil Windpower 2018. O encontro, no Centro de Convenções Sul-América, na região central do Rio, é organizado pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), pelo Conselho Global de Energia Eólica (GWEC) e pelo Grupo CanalEnergia.
O presidente da EPE disse ainda que é preciso rever o planejamento do setor de energia do Brasil para evitar a necessidade de se inserir a bandeira vermelha nas tarifas. “Não imagino que, há dez anos, quando planejamos o sistema, tivéssemos planejado que todo o período seco fosse com bandeira vermelha. Deve ter sido feito, evidentemente, com determinadas premissas. Essas premissas não se configuram atualmente, tanto que precisamos reavaliar as premissas”, apontou.
Após palestra no mesmo painel do Brazil Windpower, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Eduardo Azevedo, também defendeu a abertura do mercado livre de energia. “Nossa visão é que é necessário fazer a abertura do mercado, equalizando algumas inconsistências, que no meu modo de ver, existem nos modelos de contratação”, disse.
Eduardo Azevedo ainda descartou qualquer risco de racionamento de energia ante o panorama dos reservatórios no período seco que vai até 30 de novembro. “Nenhuma possibilidade de racionamento. Estamos em condições de atender ao sistema com toda a propriedade necessária. Não tem nenhum problema de racionamento. Nenhum problema de segurança energética”, assegurou.
Leilões
Os leilões de energia também estiveram nos debates. Para o presidente da EPE, é preciso ter a previsibilidade dos certames. “Como é que a gente faz um Plano Decenal de Energia, estabelece as fontes de geração e o sistema de transmissão e não consegue definir com antecedência as datas de realização de leilões? Defendo isso aí. É uma discussão que precisamos fazer internamente com o Ministério de Minas e Energia e definir claramente os leilões que serão feitos no primeiro e no segundo semestres”, afirmou
De acordo com o dirigente, a previsibilidade é importante “porque permite que os investidores e os agentes possam se programar e dá uma certa tranquilidade ao setor, porque se sabe que, em determinado período do primeiro ou do segundo semestre, vai ter leilão”, observou.
O secretário Eduardo Azevedo disse que existe uma determinação de que, a cada primeiro trimestre do ano, seja feito um calendário de leilões. Segundo ele, a ideia é transformar o Plano Decenal em um portfólio de negócios para os investidores identificarem como oportunidades e trabalharem nos projetos para competirem nos leilões. “A cada ano, no primeiro trimestre, é feito um planejamento de datas e, com isso, a gente imagina que concede a previsibilidade necessária”, apontou.
Agência Brasil